COISA DANADA DE BOA ESSA TAL DE INTERNET!

- Coisa danada de boa essa tal de internet! 
São palavras de uma senhora que está com sessenta e tantos anos de idade e se atreveu a domar o “bichinho”, como ela orgulhosamente diz, referindo-se ao notebook, sua mais nova paixão.
Segundo ela - não é fofoca da oposição - só não coloca uma toalhinha de crochê e um vaso solitário com uma rosa vermelha sobre ele, porque teria que fechá-lo.
 
- Paixão merece rosa vermelha!
 
Isto é uma forma irônica de provocar os filhos, pois eles acham que ela não vai saber usar a “coisa” e fazem mil recomendações.
 
- Eles pensam que cabelo branco é sinal de burrice. Já sabia que seria assim, tanto que comprei sozinha e fiz aulas no meu grupo de terceira idade sem ninguém saber. Foi melhor assim, com sabor de delito, escondidinha... Agora sou uma velha senhora/jovem internauta!
 
Observo, sem comentários, que o cabelo já não é tão branco. Agora é de um louro acinzentado discreto e elegante.
Coisas da paixão, imagino... Paixão rejuvenesce.
 
Conversa vai, conversa vem, café quentinho e biscoitos saborosos... Seguindo a ingênua linha de raciocínio dos filhos, penso que a paixão está relacionada ao fato de não ter de copiar apressadamente as receitas de delícias dos programas de TV.
Refiro-me aos biscoitos e fico sabendo que são da padaria da esquina. Ela não tem mais tempo para fazer biscoitos! Secretamente lamento, eram maravilhosos.

Conversinha amena e rápida, trocamos endereços eletrônicos, beijinhos e já vou indo... Confesso que já estava com saudade do meu “bichinho”.
 
Abrindo a caixa postal, vejo que a “velha senhora/jovem internauta” já mandou mensagens. Cruzes!
Não é receita de biscoito. E nem é de rezar!
Adeus velha senhora! É coisa de jovem... Jovem e bem safadinha, diga-se de passagem.
Rejuvenesceu mesmo... A "coisa" foi além dos cabelos, agora louros. 
Sem dúvida, coisa danada de boa essa tal de internet!
 
                                                                                 
 
 
 
 
 
 
 
 

Tânia Alvariz
Enviado por Tânia Alvariz em 18/08/2009
Reeditado em 13/03/2010
Código do texto: T1760502
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