Imagens tristes

Vi, em um jornal televisivo de uma grande emissora nacional de televisão, um retrato desastroso da floresta amazônica no território do Estado de Rondônia. Imagens terríveis que chegam a roubar de nós a força das esperanças em termos neste país ares melhores em um breve espaço de tempo. A impressão que eu tive foi a de que tudo o que dizem positivamente acerca do freio que foi dado à devastação da floresta amazônica não é de tudo verdadeiro. Uma imagem desoladora onde se vê a destruição ganhando vida redobrada e acabando com uma das partes mais belas deste planeta. Por que as autoridades permitem isso? Estamos mesmo assassinando o que nos resta de verde e o que dará sustentação à perpetuação da flora e da fauna no mundo. Sem ela tudo irá para o brejo junto com as vacas mortas. Nada sobrará para contar a história. Senti-me meio São João na ilha grega de Patmos, tecendo o Apocalipse. Dá dó. O pior é sabermos que ainda não estamos no fim da tragédia destruidora e que o maior responsável por toda essa destruição é o capital, a usura dos grandes empresários e o crescimento industrial desenfreado. Doravante tudo será pior, incrustado em maiores proporções de destruição.

Conversinhas de botequim, reuniões cartoriais, palavrórios de condomínios, discursos eleitoreiros de candidatos em período eleitoral e outras falácias mais não servem para quase nada, objetivamente falando. O que vale mesmo são as ações efetivas coordenadas e conduzidas pelo Estado. A sociedade deve e pode ajudar bastante, mas a iniciativa mais coesa deve partir das instituições privadas e do próprio Estado. A presencialidade do poder estatal é imprescindível. Dela dependerá a força da condução da maior parte dos problemas sociais relativos a este e aos demais. A sociedade não pode ficar assistindo inerte a essas discussões. É bom que seja dado um basta nessa improdutividade social e estatal. Todos, de mãos dadas, alavancarão mais rapidamente a reconstrução de tudo.

O tempo passa ligeiro, e a devastação do planeta parece mais rápida ainda. Não há mais tempo para se perder com esperas pálidas de resoluções. Estamos dizimando a vida no planeta. O homem não foi feito jamais para esse fim. Nossos filhos, nossos netos, as outras gerações futuras não nos perdoarão se deixarmos para eles um planeta doente e moribundo. Quem sabe até poderemos deixar como herança o fim da viabilidade sobrevivencial para esta geração que aí está e que, sem sombra de dúvidas, é a grande responsável por toda a devastação do planetinha azul, hoje cinza, quase preto.

O propósito da criação é outro bem diferente desse aí posto às pragas desoladoras. Paira no ar um grande desrespeito para com o meio ambiente, como se nós pudéssemos viver sem a natureza. Que infortúnio! Onde chegamos...

Há ações que cada um de nós pode fazer no nosso dia a dia. Economizar todas as formas de energia, principalmente as de origem fóssil, essa vilã das emissões exageradas de poluentes do ar, como o famigerado dióxido de carbono. Os combustíveis fósseis são mesmo os maiores responsáveis por essa reviravolta geral do clima, e seu nefasto efeito estufa. Evitar qualquer desperdício deve ser mandatório. Já nos falta hoje a água que gastamos sem necessidade em um ontem bem próximo de nós. E como ela, tantas outras coisas já dão provas inequívocas de que enveredam pelo mesmo caminho das faltas crônicas.

Se estão derrubando as florestas para plantarem pasto para o gado de corte, que deixemos então de consumir esse produto ou o reduzamos ao máximo e, com isso, a lei da demanda e da oferta se encarregará de toldar esse crescimento nefasto. Passa a hora de o consumidor cidadão retirar de suas compras preferenciais os produtos que mais males têm feito à humanidade, levando-se em conta a sua origem e os seus riscos de poluição ambiental de maneira geral. Essa é uma forma fiel de controlarmos a devastação como um todo e assim contribuirmos para a renovação da vida em nosso planeta. E por aí vai!