MINHA SOLIDARIEDADE
João Brasileiro é da época que Betty Friedman liderava o movimento feminista. Houve uma revolta de machismo geral.
- Ela é sapatão - diziam.
- Essa mulher precisa de homem - diziam outros
- Não consegue homem porque é horrorível (horrorosa+horrível) - completavam.
João pensava, “essa mulher tem valor; pelo menos trouxe à tona uma discussão sobre a subserviência feminina. Aquele negócio da mulher dizer amém pro marido, a ponto de algumas dizerem: meu marido me usou. Que droga! Fazer amor era usar. Era como se apenas ele tivesse direito ao orgasmo.E olha que mulher que atingia o clímax já ia correndo ao padre confessar o pecado”.
- Padre, pequei – dizia.
- Por que? retrucava o pároco.
Ela confessava seu grave pecado de ter atingido o ápice do prazer.
Coitado do padre, ia correndo se confessar com o bispo.
Hoje, movimentos feministas à parte, as mulheres lutam para se afirmarem boas profissionais. Porém, a discriminação sobre elas continua. A sociedade machista insiste em catalogar a mulher como objeto de desejo e a negar seu direito de ser humano: ser produtiva, também fora do lar.
- Péra ai, narrador, onde o João entra aqui? Tá falando muito – bradou João Brasileiro.
- Eu,João Brasileiro da Silva Ninguém, protagonista e mestre de cerimônias desta crônica vou discursar. Podem votar em mim nas eleições se gostarem do discurso; votar em Ninguém ou em Alguém é a mesma m....
- CALMA JOÃO – intercedeu o narrador.
- Tá certo, narrador, é a mesma m.....
- OLHA JOÃO – disse o Narrador em voz alta.
- Caramba, Narrador, é a mesma m......m......maneira de jogar o voto fora, eu ia dizer.
- E FICA QUIETINHO, NARRADOR. “NARRA” pros íntimos. Eu tenho a palavra: só pode interceder por questões de ordem. Tenho dito.
Eu, João, decretarei, uma vez eleito, que:
1) as pensões em casos de separação do casal
XXXXXiiiiiiiii, esqueci, decreto tem artigo.
Artigo 1º - As pensões alimentícias serão proporcionais à renda familiar, designada uma perícia composta por um homem e uma mulher, para levantar os bens e as tarefas cotidianas, com o fim precípuo de ver quem as realizará. Eis, algumas:
a)trocar fraldas de nenéns.
b) dar o nº do telefone celular para quando os filhos estiverem chorando no quarto, por qualquer motivo(eles fazem a ligação e choram no ouvido do pai). Quando incapazes por tenra idade ou algo que os impeça, designa-se uma babá: PENTIUM ULTIMA GERAÇÃO COM TRANSMISSÃO DE VIVA VOZ, acoplado ao celular, do marido, óbvio. Marido que deixar em caixa postal o celular terá seu caso
devidamente registrado na Delegacia de Mulheres, podendo incorrer em severas penas da lei.
c) limpar o sorvete que caiu no carpete, excluindo-se o que é derrubado por mulheres glutonas.
d) pegar fila no banco ou trazer contas pagas dos colégios dos filhos, respeitados os devidos rodízios tratados pelo casal. Inclua-se participar de reuniões de pais e mestres.
e) pagar hamburguer no McDonalds. Em casos da soberania gastronômica nacional ser respeitada no tocante a sanduíches com baguetes muido bem recheadas o casal pode dividir o ônus, meio a meio, não se entendendo aqui de se colocar os filhos no meio ...
- JOÃO, QUESTÃO DE ORDEM – lembrou o narrador.
- Tá bom narrador, no meio das discussões. Não dos sanduíches.
f) escrever textos longos como este: MEIO A MEIO.
g) Despesas extras dos filhos tais como copos quebrados, roupa rasgada numa briga, enfim, reposições em geral causadas pelos filhos, ficam por conta do cônjuge masculino, cabendo à mulher a reposição dessas despesas tão logo receba o dinheiro do ex-marido. Sugere-se pagar também com a poupança do filho briguento.
h) e, como já estamos cansados, eu e o NARRADOR,os casos omissos deste decreto serão devidamente tratados nos fóruns competentes.
parágrafo único: se a perícia de homem e mulher não chegarem ao consenso sobre determinado
assunto, tiram par ou impar para decidirem se decidem no par ou impar ou no cara ou coroa. Se o cara for coroa, prevalece o par ou impar. Descarta-se a disputa por palitinho, O homem é mais acostumado, leva vantagem. Casais que envolvam japoneses não se descarta o...como escreve?? JANQUEMPÔ. Aquele que um bota a mão fechada(pedra), outro, dois dedos em tesoura, e ainda a mão espalmada(papel). Tesoura não corta pedra,etc,etc.
VETADO, TERMINANTEMENTE, COLOCAR PAUZINHO NO MEIO DAS MÃOS, COM PONTA PRÁ FORA, DESSES QUE VENCE QUE TIRAR O MENOR. Já é caso inquestionável de prisão...
- JOÃO – gritou o narrador.
- Desculpe, é desonestidade, é desonestidade. O cônjuge homem, japonês, vai ganhar todas. Ele só tem pauzinho pequeno, narrador.
- Tá vendo, falou besteira, misturou decreto com crônica – disse o narrador.
- Tá bom Narra, mas esse caso é mesmo crônico e nem por decreto se resolve.
- CALMA, CALMA,CALMA..........CAAALLLMMMAA, NARRADOR. Não empurra. Já sei. Ninguém lê crônica muito grande. Tudo bem.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
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SEGUNDA PARTE - "OS HOMENS EM APUROS"
- Sei narrador. Que? Os homens estão me salpicando de mensagens e telefonemas, dizendo que estou fazendo média com as mulheres. Diz pra esse aí que não faço média pra mulher, não. Sirvo café completo, na cama. Entendeu?
- A outra mensagem o que diz? A mesma coisa? Então fala prá ele que além do café completo na cama ainda dou um beijinho nela, antes dela escovar os dentes. Beijinho bem de leve, claro.
- Como é isso de indelicadeza, narrador? Fazer uma pergunta dessas...desliga o fone, desliga. Mas cá entre nós, perguntaram se eu dou beijinho mesmo se ela estiver de ressaca de vinho. Dou sim, muito, mas muito de leve, leve mesmo. E uso ainda um prendedor de roupa no nariz, daqueles bem grandões, prá ter certeza de não escapulir. Prende a respiração e tasca o beijo, na falto do prendedor.
- O que narrador? Uma mulher agora? Na certa prá me agradecer. Não é Narra? Não é? Xiiiiiiiiii, a coisa ficou ruim. Ela diz que é da A.A.A. (Associação dos Alcoólatras Anônimos) que ela não tem ressaca porque não bebe mais e que é desrespeito, indelicadeza minha se referir a uma mulher desse jeito? Ta certo, Narra, exagerei na piada mas ela também exagerou na bebida antigamente, então está 1 x 1. O que ela retrucou ai? Que tem um destino certo para o tal pregador? Péra aí, ela não deve estar completamente curada do alcoolismo. Sóbria não diria isso. Muito atrevimento.
- E a próxima ligação que diz? Reclama que faço média, também, um monte de gente repetindo isso. Ta bom! Vamos ao artigo 2º então;
Artigo 2º - Em caso de o cônjuge do sexo feminino urgir por um namoro loquaz, exacerbado, desvairado, peremptório, o par do sexo masculino, terá aos seus cuidados, os filhos, por pelo menos 15 dias ao mês. Mesmo porque terá que se incumbir das tarefas descritas nos itens acima. A cônjuge mulher poderá solicitar a volta dos filhos à sua casa, à sua mercê. Resultado, solteiros e descasados
serão beneficiados e a mulher ficará mais livre para resgatar esse ato maravilhoso de namorar.
- Bom, Narrador, continua aí que vou namorar um pouquinho...beijos. MINHA