Fauna, Uma das Maravilhas da natureza
No dia da árvore, 21 de setembro, fui ao Parque das Mangabeiras, aqui em Belo Horizonte, MG, que fica ao pé da Serra do Curral.Descendo por uma trilha,meu marido e eu comentávamos que não víramos os guaxinins ,os esquilos, os miquinhos.Apenas pássaros e borboletas,além, é claro , das árvores.Eu vinha recolhendo do chão folhas,já desidratadas por causa da falta de chuvas, para fazer marcadores de livros e presentear amigos, quando vi um bebê guaxinim, chegando para cheirar os tênis de meu marido.Levou um susto, mas não se afastou do bicho-homem.
Eu tinha acabado de ver um saco de jaboticabas, mais acima, que alguém perdera ou jogara fora e fui apanhá-lo.Ofereci uma ao bichinho, que a devorou.E logo, um, depois mais outros vieram se aproximando...
Adoramos esse encontro, pois da última vez que lá estivéramos, um dos guardas nos disse que pessoas de uma favela haviam caçado,para comer, os que antes muito nos divertiam,na parte de cima do parque, a fuçar lixeiras atrás de restos de frutas, pães ou qualquer guloseima que os visitantes ali deixavam e, acostumados às visitas, chegavam até às mesinhas com olhos de \"me dá um pouquinho?\"..Arrasada por saber que a fome dos miseráveis os obrigara à matança, alivei a chateação, quando o homem contou que havia ninhadas escondidas mais acima.
E agora, encontrara , bem pertinho, já as novas gerações, tão cordatas e divertidas...Sim, sei que não se pode alimentar os animais, lá, mas sou filha de alguém que dava mamadeira a porquinhos, alimentava onça com a própria mão, assava bolinhos para o macaco Chico e dava sementes a um pássaro- preto que os pegava em...seus lábios, tendo criado tudo quanto era animal desenganado, perdido... Fui terapeuta de uma jovem(hoje fazendo veterinária) que alimentava até cobras, em seu sítio...Vejo o \"Planet Animal\" e amo a àfrica, como se a conhecesse...
Adoro animais, vocês já viram...Isso ocorreu em 2003.
Em 2004, já na minha nova casa velha, fui atraída pelo trinar de miquinhos.Digo trinar porque parece pássaro, mas tem um leve assobio de permeio.Era uma família completa, pendurada entre o sótão e o oitão.Dei a um a banana que havia em casa, única,de casca preta.Jogou-a aos gritinhos,ao chão.Meu filho mais velho riu muito.Aceitaram as maçãs novinhas, claro.O pão doce.E beberam a água que colocamos.Arredios, embora.Alessandro foi buscar o violão e começou a tocar para eles, que pareciam ouvir atentos.
Mas nada os fez ficar para fazer meu cotidiano alegra.Agora dei de criar pardaizinhos bem novos.Alimento-os e eles me acordam com sua algaravis...Em meu primeiro livro, Sombras feitas de Luz, digo, num soneto, preferí-los ao despertador.Quando crescem, somem.Ou arranjam companheiros, ou são atropelados.Chamo-os de Jeremias, Barnabé...E é uma delícia vê-los, atrevidos, a dar pulinhos sob a mesa da sala, em busca de quaisquer farelos de pão que ali tenham caído.Noutro dia, veio visistar-me minha amiga , a poeta Marina Silva Santos.Estávamos na sala e de repente, havia uma porção dessas avezinhas ignoradas porque existem aos montes.Senti-me Branca de Neve, no desenho de Disney.E desejei já ter netos para ensiná-los a amar,como eu, aos animaizinhos sem raça, ou pedigree...