Nova (Velha novela)

A minha vida literária tem várias etapas:

A infância, em finais dos anos 70 quando na escola as minhas composições espantaram os professores

Em 1987, quando depois de ver o filme “O Império do Sol”, inspirado escrevi e publiquei em jornais o meu primeiro conto com imenso sucesso.

1991-1992 – Quando ganhei os meus primeiros prémios literários e descobri uma enorme legião de admiradores nos jornais e no liceu onde estudava.

1998-1999 – Os anos de maior produção literária até então.

2004 – Quando acabei o meu primeiro livro de prosa e se calhar descobri e perdi o Amor da minha Vida.

2006 – Quando comecei a publicar na Internet e acabei a minha primeira novela.

2009 – O ano da minha primeira publicação numa editora, ano do poema 2000, ano em que voltei a descobrir pessoas que adoro e que pensava perdidas…

E no entanto…

Apesar de ter quase tudo registado em 2 países, sou muito distraído, e devido ao volume do que escrevo ( 2 poemas por dia e uma crónica/conto por semana…) descobri, numa altura em que me preparo para tentar novas publicações em novas editoras, além de ir tentar todos os concursos literários que existam, digo, descobri, numa tarde de verão em que ordenava a minha escrita, descobri uma novela de 2004, que só precisa de uns retoques para ir para as editoras e concursos…

É uma novela escrita e corrigida numa altura fabulosa da minha vida, mas como muita coisa se passou desde 2004, precisa de uns retoques para ficar no ponto ideal…

Uma pista:

É a minha homenagem ao cinema e é a história de um homem que descobriu ser imortal no tempo dos romanos e que dedica a sua vida à procura espiritual da sua imortalidade, e como eu é pouco agarrado aos bens materiais, embora não negligencie algum prazer físico…

E se tudo correr bem, em breve terei mais novidades editorais para vocês, meus queridos leitores e leitoras.

Fica a primeira página para vos abrir o apetite…

Á Sandra, porque quando fazemos das nossas fraquezas forças tornamo-nos únicos, e durante algum tempo imortais

Entre muitos, ao Avô João, Boaventura, Lima e Romão, Avó Palmira, João G. Vocês são os meus mortos, vocês deviam ter chegado até lá.

Quando vires uma coisa acredita nela, mesmo que todos digam que não é verdade

Sophia de Mello Breyner Anderson

Em “O rapaz de Bronze”

“Todas as coisas têm o seu tempo. Há tempo de matar e tempo de curar, tempo de abater e tempo de construir.

Há tempo de lacerar e tempo de voltar a unir. Tempo de calar e tempo de falar.”

Eclesiastes

Quanto tempo passou? Perdi-lhe o rasto no caminho tortuoso que constituiu a minha vida. Nunca consegui perceber, mas no fundo, talvez não valesse a pena.

Agora, no momento final, resta-me apenas a espera no reavivar das memórias que, mais do que contar a história do meu mistério, pouco interessante, diga-se de passagem, conta outras histórias, infinitamente mais belas, pela suave perenidade de que se revestiam, encanto suave achado na temporaneidade.

Sinto-me angustiado, não pela aproximação do fim, mas pela incapacidade de dar a conhecer a outros aqueles que conheci, amei, detestei, ou com quem apenas convivi de forma neutral. Por saber que depois de me extinguir o pouco que já resta deles desaparecerá totalmente, sem rasto.

Estas são as minhas memórias, isto é o que resta.

MILENIUM

Noite na terra.

Quando a noite são os olhos de Deus

“Quando sinto uma terrível necessidade de religião saio à noite para pintar as estrelas”

Van Gogh

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 16/08/2009
Código do texto: T1757295
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