"Ficar" ou "Namorar"?

Em tempos atuais, é comum o "Ficar",é a moda do momento nos quais os jovens são adeptos.

O “ficar” caracteriza-se pela ausência de compromisso, de limites e regras claramente estabelecidos: o que pode ou não pode, é definido no momento em que o relacionamento acontece, de acordo com a vontade dos próprios “ficantes”.

A duração do “ficar” varia: o tempo de um único beijo, a noite toda, algumas semanas. Ligar no dia seguinte ou procurar o outro não é dever de nenhum dos “ficantes”.

Ao meu ver, é uma brincadeira de pega-pega. Pega um hoje, pega outro amanhã, ou quantos quiser numa mesma noite e local. E por aí vai. E mais um para a coleção. É como se o amor, namoro, fosse algo descartável, que se usa hoje e amanhã não serve mais.

Com certeza haverá alguém ou muitos que dirão que sou careta, mas o meu coração me diz que devemos buscar aquilo que nos faz crescer com dignidade. Aquilo que nos faz voltar os olhos para Deus e dizer: - Obrigado, Deus, por colocar uma pessoa tão maravilhosa no meu caminho.

Namorar hoje implica em saber compreender o que se passa em nossa mente e coração e, principalmente, a compreensão da pessoa que amamos.

O alicerce de um bom namoro tem que ser construído na base do diálogo, carinho, compreensão, doação e partilha. Não se deve ficar fechado num mundo a dois. É necessário estar aberto às coisas que estão ao redor.

O namoro está cada vez mais longe da nossa realidade. Esse é o período que deve ser destinado ao conhecimento do companheiro. Não é somente festa, é algo muito sério, que deve ser levado com responsabilidade por ambos. É a hora de amadurecer, de aprender a amar, de confiar ...

Contudo, sabe-se que hoje não é bem assim. Junto com a irresponsabilidade do ficar pode ocorrer uma gravidez indesejada, uma doença infecto-contagiosa ...Claro! Isso pode acontecer dentro do namoro também, só que o risco é bem menor, já que os atos são pensados e o risco é menor.

O morango quando verde não é saboroso, mas colhida no tempo certo é prazerosa. Assim acontece na nossa vida. Há tempo para tudo!

Sendo o namoro um relacionamento bilateral, o primeiro fator para orientá-lo é conhecer bem os dois pólos envolvidos no processo, isto é, quem está namorando e com quem.

Todos sabemos como é complexo e difícil o relacionamento afetivo, dentro e fora do casamento. Sabemos como deixam marcas as experiências afetivas desastrosas, principalmente nas pessoas imaturas.

Nos dias de hoje, o "ficar"... em que tudo parece muito mais fácil, certo? Nem tanto. No “ficar”, as pessoas se encontram, se atraem e sem sequer se conhecerem acabam trocando uns beijinhos e abraços. Não dão satisfações umas para as outras, e, na maioria das vezes, não chegam a dizer uma única palavra.

Ficar acaba sendo atraente para os jovens, que imaginam ser possível curtir apenas o lado bom de namorar. Nada de responsabilidades, cobranças e obrigações. Aí, o hábito de ficar acaba substituindo o namoro, e a maioria dos meninos e meninas prefere apenas trocar alguns carinhos a “encarar um lance mais sério”.

A pessoa que “fica” sempre, nunca se envolve com ninguém. Aí acaba sendo natural sentir vontade de ter alguém com quem sair, conversar, dividir bons e maus momentos, trocar beijos e carinhos, enfim, manter um relacionamento.

O ficar não é um privilégio nem uma invenção das gerações atuais. Antigamente, as pessoas também ‘ficavam’, embora atribuíssem nomes diferentes para essa prática, que era também menos generalizada do que atualmente.

"Ficar" implica na maioria das vezes uma grande intimidade sexual, à qual não corresponde uma maior intimidade emocional.

Afinal, “ficar” não é uma mudança comportamental isolada, e sim o reflexo de uma sociedade composta por pessoas mais centradas em si mesmas, situação bem ilustrada pelo volume elevado das músicas nas pistas de dança atuais, nas quais cada um dança sozinho, e onde só se pode conversar aos berros.

Podem dizer que sou ultrapassada, mas ao meu ver o "ficar" banaliza tanto as pessoas quanto ao relacionamento. As pessoas acabam por serem rotuladas, pré-julgadas...Sou a favor de um namoro consciente, maduro, que busca o conhecimento do outro e a felicidade de maneira conjunta. Não existe mais o "eu" e sim o "nós".O que contribui para o nosso crescimento como indivíduos, emocionalmente e psicológicamente, nos fornecendo experiências que somam, um aprendizado necessário que acrescenta e tende a nos fazer melhores e plenos.

A pretensão deste texto não é de rotular o que é certo ou errado, apenas de expressar a minha opinião diante desta moda que se expandiu e que de forma assustadora tem banalizado o namoro o comparando com um contrato.O que não é o caso!

Há de se saber o que é melhor para si, cada qual tem o direito de buscar saciar suas necessidades e vontades como convier...

Seja qual for a opção o importante é que sejamos felizes com nossas escolhas.

Um grande abraço

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 15/08/2009
Código do texto: T1755726
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