A verdade, nua e crua.
Como será o processo de transformação dos valores por que passam as pessoas em suas trajetórias de vida? Acredito que se trata de algo de impossível detecção. É possível que seja por isso que ainda não vi números que determinassem os graus de valores éticos, suas quantidades em relação à população nem tampouco as incidências por setores de atividades. Talvez um estudo (certamente meio mágico e, portanto, não muito confiável), determinasse para a sociedade a onde se encontram os seus pontos fracos. (Atenção leitor: “não vale ficar lembrando imediatamente dos nossos políticos”). O caso é justamente se determinar quando o cidadão comum dispara o gatilho de seus “desvios” de conduta ilibada em função de interesses próprios e em prejuízo do interesse comum. É certo que alguns ramos da atividade humana, como o comercial, desperta mais cedo, e por razões tidas como aceitáveis, a sua sanha ambiciosa, vista inclusive como traço positivo, já que em tese, promoveria o crescimento dos que o cercam. Deixando esses de lado, a detecção então seria do momento em que esta ambição pessoal inverte o sentido de suas influências passando a promover o prejuízo social. A dificuldade de se estipular o momento dessa mudança de direção é o esconderijo dos que a promovem. Eles se situam na sombra desse momento. Eternizam essa passagem de modo a nunca se saber quando estarão sendo benéficos ou maléficos. Para isso se acercam de instrumentos que o ajudem nessa camuflagem e se entrincheiram nela com unhas e dentes. Vale parecer mocinho, baluarte da decência e bons costumes e, principalmente vale já ter acumulado poder suficiente para possuir adeptos e alunos com fidelidade canina, também por interesse, claro, à sombra do poder conseguido. O mais importante desse jogo, é que essa filosofia se espalhe pelos mais recônditos recantos do inconsciente coletivo de forma a fazer que toda a sociedade partilhe dessa forma de pensar e que seus membros também escondam (até de si) o que farão se e/ou quando tiverem a sua chance. Até então permanecerão “de caras pintadas” levando à guilhotina a bola da vez dos “mesmos” que estejam inconformados com o momento. Em outras palavras: tudo é casuísmo. Daí a dificuldade (agora de se saber o quanto) que um cidadão comum, banqueiro, jornalista, empresário ou político está com a verdade nua e crua.