Meus textos
Meus textos
Meus textos, às vezes são de extrema clareza, sem qualquer necessidade de explicações: como uma conta de somar com duas parcelas; outras vezes, ficam um pouco mais complicados, sendo necessário trabalhar-se com raízes quadradas e cúbicas, noções de trigonometria, inequações e até operações de limite. Essa explicação é necessária, para que vocês não pensem, como alguns, que são textos psicografados dos espíritos errantes e experientes nas várias áreas do conhecimento. Tudo é muito simples - sento-me e escrevo, sem a afetação daquele antropônimo de Fernando Pessoa, que só escrevia sobre uma cômoda, na posição de pé, criando aquelas odes estranhas e festejando uma casa comercial do vício - a tabacaria. Muitos dos meus textos fogem à verdade dos fatos, não chegando a configurar fantasia absoluta; outras vezes, se sobrepõem à verdade, para dar a verdadeira dimensão dos fatos, que em linhas gerais e simples, se transformariam em coisas simples e banais, ou performances que não o são. É lógico, que se você reproduz um diálogo de pessoas alucinadas, tais diálogos não podem ser racionais; suponhamos, que tenha a incumbência de contar o soco na cara que George Sand, a grande escritora, deu no genro, sendo necessária, inclusive a interferência de um padre para acabar com a confusão; como eu deveria descrever essa cena grotesca de 1847, não fora de uma apropriada maneira grotesca? Assim, não busque nexo nas coisas que escrevo, limitando-se a entendê-las, se não for muito cansativo.