Bom cabrito é aquele que berra?
Coexistir não é tarefa fácil. Não bastassem alguns vícios da humanidade e características distintas, inerente às pessoas, faz-se salutar o jogo de cintura para aprender a sobreviver às diversas opiniões e posicionamentos múltiplos.
Cada qual com suas manias. O lema do comércio, de que “o cliente tem sempre razão” é mal explicado. O cliente tem sim as razões DELE, o que nem sempre seja fato dizer que está absolutamente certo. Existem algumas linhas de pensamento, que de tão óbvias podem ser mal interpretadas ou distorcidas. É como alguém dizer que adora cebolas e que por essa razão todos devam gostar também. Odeio cebolas, por mais que saiba de seus valores nutricionais e o bem que faz à saúde, mas não adianta, não consigo gostar e ai de quem tente me obrigar a comer. Essa é a minha opinião e, assim como respeito a opinião alheia, faço valer meu pensamento, quer concordem ou não. Ninguém é obrigado a engolir nossas verdades, nossas razões, como também não somos obrigados a aceitar “goela abaixo” aquilo que os outros julgam melhor para nós.
Também é verdade que somos seres mutáveis. Vale dizer isso porque estamos em constante processo de evolução, que faz parte do amadurecimento. Antes, odiava a cor laranja, até o dia em que ousei comprar uma peça nesse tom e ver que caía bem. Fraqueza de caráter? Nananinanã. Progresso. O que ontem não me valia nada, amanhã perfeitamente pode cair como uma luva. E faz parte da vida. O solteirão inveterado pode defender a bandeira da liberdade, até o dia em que se apaixona e sua teoria vai por água abaixo. A vida, por si só é uma incógnita e sempre dá um jeito de armar umas ciladas. Tem uma frase que ecoa em meu pensamento: “Quando você diz que sua vida é perfeita e maravilhosa, inesperadamente vem o amor para provar que não era nada daquilo que você pensava”. Acredito que o autor dessa constatação, cuja identidade desconheço, tenha sentido na pele, na alma, a profundidade de suas palavras. De teoria à prática. Ele teve suas próprias razões ao exteriorizar seus sentimentos.
O escritor é alguém que externa seus sentimentos através das palavras. Ele tanto pode ter vivenciado uma experiência como partir da observação para escrevê-la. O que não muda, porém, é a sua visão acerca do tema que aborda. Mesmo quando busca manter uma abordagem neutra, levando o leitor à reflexão, seu objetivo foi alcançado. Ele também tem suas razões, o que não significa que sejam verdades absolutas. Um salve à democracia!!!