Não adianta...
Águida Hettwer
A noite coberta de silêncio, sendo que os passos pisam no mesmo território do descompasso. Não adianta comprimir a lágrima, pois ela na sua rebeldia, teima em cair. E os frascos de perfume guardam na sua essência, cheiros do meu corpo colado ao seu.
Não adianta fingir, que não ouve os clamores da alma, que a pele não suplica por ternura. Os lábios têm fome de desejos, dos quais, eu e você soubemos suprir. Pouco importa se as palavras perderam o sentido, se nos entendemos em uma linguagem unilateral, falada em gestos, cumplicidade e muito amor.
Não adianta procurar saída, cruzar linhas, encurtar caminho. O que está escrito nem o tempo e o espaço conseguirá apagar. Nem o frio da distância atinge-me, o amor cobre-me com um manto santo inexprimível.
Não, não adianta! Abafar o riso, encurtar a reza, arrancar as folhas rabiscadas do caderno, tudo está revisado e editado na alma. E nem adianta colher os verdes trigais, antes da hora, eles amadurecem na memória, sem nenhum esforço.
Pouco te adianta, a pressa no falar, as mãos gesticularem, no anseio abarrotado para abrir uma garrafa de vinho. Visto-me de letras, para que me possa ler com calma em teus silêncios em frente à lareira.
14.08.2009
Águida Hettwer
A noite coberta de silêncio, sendo que os passos pisam no mesmo território do descompasso. Não adianta comprimir a lágrima, pois ela na sua rebeldia, teima em cair. E os frascos de perfume guardam na sua essência, cheiros do meu corpo colado ao seu.
Não adianta fingir, que não ouve os clamores da alma, que a pele não suplica por ternura. Os lábios têm fome de desejos, dos quais, eu e você soubemos suprir. Pouco importa se as palavras perderam o sentido, se nos entendemos em uma linguagem unilateral, falada em gestos, cumplicidade e muito amor.
Não adianta procurar saída, cruzar linhas, encurtar caminho. O que está escrito nem o tempo e o espaço conseguirá apagar. Nem o frio da distância atinge-me, o amor cobre-me com um manto santo inexprimível.
Não, não adianta! Abafar o riso, encurtar a reza, arrancar as folhas rabiscadas do caderno, tudo está revisado e editado na alma. E nem adianta colher os verdes trigais, antes da hora, eles amadurecem na memória, sem nenhum esforço.
Pouco te adianta, a pressa no falar, as mãos gesticularem, no anseio abarrotado para abrir uma garrafa de vinho. Visto-me de letras, para que me possa ler com calma em teus silêncios em frente à lareira.
14.08.2009