A HISTORIA RECONTADA

Recebi e repasso avocês.

“Um povo sem história é um povo vazio.

E quem não relembra os feitos de seu povo,

não vive, não tem alma, não sente a vida, não vibra.”

(Leon Frejda Szklarowsky)

- ‘Ressignificação da Memória’

A historiografia moderna está de tal forma impregnada pela ideologia partidária que se torna difícil ter acesso à versão real dos fatos. Os novos ‘historiadores’ se preocupam, por demais, em atrelar suas convicções ideológicas aos eventos históricos comprometendo, com isso, a veracidade dos acontecimentos.

A ‘história’ reescrita pelos derrotados da ‘Revolução Redentora de 31 de Março’ é carregada de revanchismos e atentados contra os verdadeiros heróis da nacionalidade brasileira transformando-os em vilões enquanto os traidores de outrora são enaltecidos. Os ‘pseudo historiadores’, a serviço da máquina pública, são capazes de ultrajar a figura de um Duque de Caxias e enaltecer à do déspota paraguaio Solano Lopes.

Os livros de história distribuídos pelo Ministério da Educação são um ultraje à memória de nossos antepassados e a inteligência do povo brasileiro.

- ‘Ressignificando’ a Balaiada

O termo ‘ressignificar’ amplamente usado pelos ‘Companheiros Acadêmicos’ foi, na verdade, a maneira encontrada pelos militantes ‘petralhas’ de atribuir um significado ‘politicamente correto’, segundo a visão deles, é claro, a eventos considerados não alinhados com a ideologia do partido.

A balaiada, por exemplo, foi uma ameaça à integridade nacional. Caso não tivesse sido debelada por Caxias, o Maranhão teria se tornado a ‘República Bem-Te-Vi’. Cosme Bento das Chagas, um dos líderes do movimento, que a esquerda enaltece como um campeão da igualdade, e se autodenominava ‘Imperador, Tutor e Defensor das Liberdades Bem-te-vis’, vendia títulos e honrarias a seus sequazes.

O historiador, geógrafo, escritor, político e editor marxista Caio Prado Júnior depois de uma visita à União Soviética, na época de Stálin, publicou ‘URSS - um novo mundo (1934)’, cuja edição apreendida pelo governo Vargas. Em relação à Balaiada, Prado Júnior faz a seguinte consideração: “na origem deste levante, vamos encontrar as mesmas causas que indicamos para as demais insurreições da época: a luta das classes médias, especialmente urbana, contra a política aristocrática e oligárquica das classes abastadas, grandes proprietários rurais, senhores de engenho e fazendeiros, que se implantara no país”.

Nelson Piletti e Claudino vão mais longe: “A Balaiada, uma das mais vigorosas revoltas populares da História do Brasil, chegava ao fim. Fora esmagada pela botas, pelos fuzis e pelos sabres das forças oficiais para garantir os privilégios (as terras, os escravos e o poder) das elites do Maranhão. (...) O comandante do massacre que inundou as ruas com o sangue de homens brancos pobres, dos mestiços e dos negros que buscavam a liberdade, Luis Alves de Lima e Silva, foi regiamente recompensado pelo governo. Por esse" ato de bravura recebeu o título de Barão, e depois, Duque de Caxias, posteriormente tornou-se o patrono do Exército Brasileiro.

(...) Os sertanejos, os artesãos, os negros fugidos - o povo pobre do sertão, enfim foram massacrados pelo Exército, simplesmente porque queriam uma vida melhor. A preocupação do governo era quanto ao fato das classes oprimidas estarem participando ativamente do processo político, com armas na mão”. (História e Vida Integrada - Livro didático do 8° ano)

A Balaiada, uma rebelião liderada por facínoras que defendiam seus próprios interesses, foi transformada em luta de classes. Antes mesmo da intervenção de Caxias, a insurreição, que já se encontrava comprometida e debilitada com as divergências entre seus chefes e as lideranças liberais, foi ‘ressignificada’ para atender aos proclames da ideologia marxista.

- Lamarca - o ‘heróico’ covarde dos petralhas

“Entre suas façanhas mais notáveis estão dois assaltos a banco que resultaram na morte do gerente Norberto Draconetti e do guarda-civil Orlando Pinto Saraiva - morto com um tiro na nuca e outro na testa, disparados pelo próprio Lamarca; a ação no Vale do Ribeira em que torturou e assassinou cruelmente o tenente Alberto Mendes Júnior, esfacelando-lhe o crânio a coronhadas; e o assassínio do agente da Polícia Federal Hélio Carvalho de Araújo, durante o seqüestro do embaixador suíço”. (Editorial do ‘O Estado de São Paulo)

- Che Guvara - o carniceiro de La Cabaña

“El Che nunca trató de ocultar su crueldad, por el contrario, entre más se le pedía compasión más él se mostraba cruel. El estaba completamente dedicado a su utopía. La revolución le exigía que hubiera muertos, él mataba; ella le pedía que mintiera, él mentía. En La Cabaña, cuando las familias iban a visitar a sus parientes, Guevara, en el colmo del sadismo, llegaba a exigirles que pasaran delante del paredón manchado de sangre fresca.”

(Padre Javier Arzuaga, Ex-Capelão da Cabaña)

Che foi o idealizador do primeiro acampamento de trabalhos forçados, em Guanahacabibes, Cuba ocidental, em 1960. Che dizia: “à Guanahacabibes são mandadas as pessoas que não devem ir para a prisão. As pessoas que tenham cometido faltas à moral revolucionária. É um trabalho duro, não um trabalho bestial”.

Guanahacabibes foi o precursor do confinamento sistemático, a partir de 1965 na província de Camagüey, de dissidentes, homossexuais, católicos, testemunhas de Jeová e outras ‘escórias’, como eram considerados pelos revolucionários. Os ‘desadaptados’ eram transportados para os campos de concentração que tinham como modelo Guanahacabibes onde, via de regra, eram mortos, violentados ou mutilados.

Minha amiga Drª Vania Leal Cintra escreveu um interessante artigo que reproduzo por considerá-lo pertinente.

- Nós, os Brasileiros

“Há uma ordem só: resistência a todo transe”.

(Antonio Ernesto Gomes Carneiro)

“Nós, os brasileiros, não precisamos, a pretexto de que devemos celebrar exemplos de heroísmo e de desprendimento por amor à Pátria e à coisa pública, continuar ouvindo discursos que vertem lágrimas, recheados de impropérios e muito pouco sérios; nem precisamos continuar assistindo a novelas estúpidas que tenham como protagonistas indivíduos obscuros, alheios a nós, representando personagens pinçados do submundo, com um enredo que se resume a um somatório de fatos inventados por não sabemos bem quem.

Não precisamos mesmo.

Nós, os brasileiros, não precisamos de quem invente conversas tortas, que fogem aos fatos e ao sentido da História, para que, por pretextos mentirosos, possam ser reconhecidos como heróis os que de verdade o são e, ao lado deles, possam ser colocados também os que heróis nunca foram.

Não precisamos mesmo.

Nós, os brasileiros, precisamos apenas continuar honrando a nossa História, a real, lembrando-nos constantemente dos atos de heroísmo que ela mesma se encarregou de consagrar; e precisamos procurar repetir os feitos de nossos heróis em pensamentos, em palavras e em obras, observando as razões de seu comportamento e os objetivos que eles buscavam realizar ou manter sob quaisquer circunstâncias, contra todas as adversidades - eles, os que mereceram, pelo que realmente fizeram por nós, ser desde sempre chamados de heróis.

O Brasil tem, em sua História, que não começou ontem nem anteontem, heróis em quantidade suficiente para que, evocando seus nomes e seguindo seus exemplos, todos saibamos perfeitamente escolher o caminho mais certo e mais seguro, todos saibamos exatamente como nos comportar em benefício de todos nós e todos saibamos por que assim devemos nos comportar. E para que saibamos todos por que, de que e para que podemos nos orgulhar de nós mesmos.

Nada disso nos faltou antes, desde que despontamos como um povo diferenciado de outros povos, dos distantes e dos mais próximos; nada disso nos faltou em todos os momentos nos quais fizemos questão de nos mostrar diferenciados.

Tem nos faltado hoje, no entanto - quando os que puderam, por nossos cochilos e tropeços, chegar ao poder pretendem nos retirar em definitivo essa prerrogativa de identidade, obrigando-nos a nos travestir do que nunca fomos e definitivamente não somos na intenção de nos desencaminhar para seduzir seja quem for, como se apenas isso pudesse justificar a nossa existência.

Nós, os brasileiros, não merecemos isso. Não merecemos mesmo! Nem deveríamos a isso nos submeter. Porque não precisamos.

Precisamos, sim, com coragem e com tenacidade, resistir!”. (Vania Leal Cintra)

(*) Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br