Catarse
Quando o pessimismo vem à mente e o mau pensamento enforca o pescoço.
Okei. “Será que devo intitular e organizar em prateleiras tudo o que sinto em minha vida?”. Idiotice. Talvez até fosse possível, mas ia dar um trabalho do diabo – coitado do diabo. O fato é que querer se equilibrar e manter equilibrado a porcaria do equilíbrio não é fácil. O caminho é reto, mas bendito do sujeito (a) prefere pega a curva, é infernal. Coisa infernal também é mentira, que da cria a desconfiança e a preocupação excessiva, isso quando se gosta da coisa pela qual te gera esses sentimentos, embora o sacana do Holden não me foge das semelhanças, capaz de dizer que vai a ópera, mesmo indo só a padaria. É de doer. Mas não dói tanto feito aquelas sensações das quais você sente e, quando sara, nunca mais quer sentir, mas acaba sentido de novo. Isso é golpe baixo e você nunca ta prevenido. Bendito seja o fruto. Falando em fruto, a gente colhe o que planta mesmo, é incrível e, eu que achava que era só um ditado popular daqueles bem babacas. Mordi a língua e até ardeu, mas aí, percebi de onde aquele Aristóteles tirou a tal da Catarse. Tudo se esclarece depois de uma desmedida, isso eu tenho que admitir. Todo mundo se desloca ou é deslocado, perde o juízo e é capaz até de perder tudo em uma atitude o que construiu por um período mais longo. Todo mundo também é estúpido, preferir aprender pela dor é babaquice, mas parece que é quase inevitável e o que me irrita é que o seu Aristóteles entendeu isso e nem me explicou. Parabéns pra ele. Ordinário. Fácil seria aprender com o amor – diz o sábio. Que deve ser burro ou algo parecido, por que nem assim fica fácil.