Alcoolismo na História
Acabei de ler o livro “Hic!stórias – Os maiores porres da história da humanidade”, de Ulisses Tavares, um cara que deve beber seus gorós, mas é um escritor do cabrunco: já escreveu mais de cem livros sobre os mais diversos assuntos. Apenas em poesia, o cara já vendeu mais de oito milhões de exemplares.
Nesse livro sobre os cachaceiros, desde a antiguidade bíblica até o porre de Jânio Quadros que acabou renunciando à presidência do Brasil, Ulisses narra os problemas de alcoolismo dos grandes nomes da história da humanidade. Tem cada caso engraçado e trágico, contado com humor, que a gente não tem vontade de largar o livro. Quando acaba, fica aquela sensação de ter acabado uma boa garrafa de uísque, com gostinho de “quero mais”. Os pinguços sabem do que estou falando.
No fim, o autor lamenta não poder contar casos de muitos brasileiros famosos, por causa da proibição das famílias, ameaças de indenizações e censuras. Ele acha que não há democracia no Brasil, porque a liberdade de expressão é uma lorota.
Sobre o assunto, lembro que o meu jornal Tribuna do Vale foi ameaçado de processo judicial por ter publicado uma crônica humorística falando de uns bebinhos de Itabaiana e Pilar. Coisa engraçada, piada sem nenhuma intenção de macular a honra de ninguém, mas os homenageados não gostaram e partiram para a truculência jurídica. Como nesse blog não tem censura, em homenagem ao livro do Ulisses que acabei de ler, reproduzo a matéria. Antes, levanto um brinde aos meus amigos paus-d’água, os que gostam de um mé, os inestimáveis compadres “pés-de-balcão”.
Na coluna “Bagaceira”, do Tribuna do Vale, saiu uma piada com o fotógrafo Zeca, de Pilar. Diz que Zeca tem como profissão tomar “goró”, e nas horas vagas tira fotos. Escalaram Zeca pra tirar fotos do jogo entre o Santos e o Modena. Com a câmera a tiracolo e uma meiota no bolso, lá foi Zeca documentar o grande jogo. Só que na hora do gol, Zeca estava justamente tomando um gole da “marvada”, não registrando o único gol da partida. O desportista Barbosa pegou ar:
− Mas rapaz, só teve um gol e você não pegou!
E Zeca:
− Mas é de lascar! O goleiro que é goleiro não pegou, avalie eu que sou fotógrafo!
Em Itabaiana eram famosos três amigos, atendendo pelos nomes de “a Tampa”, “a Garrafa” e “o Copo”. O trio tomou todas no dia da eleição e foi preso pelo soldado “Batalhão”, folclórico militar que também gostava de mamar numa garrafa de Pitu. Os meninos, sabendo da queda do militar por uma branquinha, convidaram o soldado para uma saideira. Depois de quatro meiotas, os “prisioneiros” se levantam da mesa:
− Pronto, “Batalhão”, agora pode nos prender.
E “Batalhão”, já mais pra lá do que pra cá:
− Ora, bom basta, se vocês quiserem que se apresentem. Eu não saio daqui do bar nem sendo eleito.
“A Tampa” e “a Garrafa” já foram embora deste mundo. “O Copo” hoje é Testemunha de Jeová e membro dos Alcoólicos Anônimos. “Batalhão” também já foi tocar corneta e beber cachaça no céu.
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