Um porção de paixão, fritas grandes e algum desejo pra casa.
Ainda que intente o contrário, desde aquela noite, eu sou as aspas que envolvem cada palavra que proferes, as fazendo ecoar ao longe aqui dentro de mim e demarcando sua identidade em cada letra e na menúcia do dizer por trás do que é dito...
Faço isso porque sinto de algum modo a necessidade de que habites em mim.
E assim sou o abrigo de sua voz insistente aos meus ouvidos, mesmo quando tudo a minha volta está inabitado, teu habitat é mais que um lugar, é em mim que se fazes substancial.
Eu sou o orvalho que se entrega sobre ti, quando as dores te ressecam, ou quando é apenas o vento na janela soprando a solidão pra afrontar as tuas carências cotidianas, ai tú te tornas a terra que se abre sedenta, clamando pelo desejo que derramo sobre tua pele.
Nos encontramos no drive-in da paixão e levamos nosso desejo pra casa.
As embalagens postas do lado da cama... nos encontramos enfim.
Nossas ausências se embolaram no silêncio de uma madrugada e se condensaram dando existência a um sentimento que assertiva e insistentemente dizemos não ser concreto, mas outro dia vem, a lua brota no céu como os nossos gemidos quando está escuro, e ou nos enganamos muito abraçando a segurança do frio habitual ou nos extasiamos um do outro, como se fossêmos um no outro necessário.
Nossas existências seguem também quando estamos longe, só que assim a plenitude segue comprometida...
Desejo por ser inteira outra vez.