Sensibilidade feminina
A mulher tem sido alvo das mais diversas críticas, ora amargas provenientes de conceitos machistas que a quer de volta no tempo e na história, destituída de todas as vitórias conquistadas ao longo do tempo, ora construtivas e encorajadoras que a coloca com mais força ainda no caminho que tem trilhado com tanto empenho desde os remotos tempos de nossas tataravós.
Se percorrermos a longa linha do tempo, constatamos essa metamorfose que fica evidente nos atos de bravura e coragem que marcam a ascensão feminina em todos os âmbitos da vida humana, seja social, emocional, espiritual, mas em momento algum, durante todo esse processo, a mulher deixou de ser mulher, talvez seja essa sua maior vitória.
A sensibilidade feminina existe e sempre existiu. Do nascimento à morte, por mais independente e forte, muitas vezes vestida da aparência “durona”, jamais perdeu sua sensibilidade ou a deixou de lado. Venceu suas batalhas, conquistou suas vitórias. Da mulher dedicada exclusivamente ao marido e filhos, passou a ser aquela que sustenta a casa, domina seu espaço no mundo dos negócios, especializa-se adquirindo maior conhecimento em todas as áreas que pode e consegue abraçar, além de administrar as atividades domésticas do dia-a-dia como lavar, passar, cozinhar, limpar, organizar a casa, fazer mercado, enfrentar as enormes filas dos bancos para pagar aquela conta que ninguém mais teve tempo de pagar, cuidar do marido que requer atenção e dedicação, as tarefas dos filhos que nunca estão dispostos a fazê-las e tudo isso sem nunca deixar de ser mulher, pois sempre há o tempo para a academia, manicure, cabeleireira, depiladora, esteticista, etc.
A mulher vive correndo, não tem tempo para nada, no entanto perde horas em shoppings quando vai às compras, ou simplesmente olhando vitrines e gosta quando o companheiro a acompanha com toda paciência do mundo para dar sua opinião, que na verdade nunca é aceita. Parece ser ligada vinte e quatro horas em alta voltagem e para acompanhá-la, só mesmo sendo alguém muito especial que consiga enxergá-la e valorizá-la por simplesmente ser como é.
Valorizar a mulher é respeitá-la em sua individualidade, mas sem esquecer-se de estar junto sempre, sem sobrepor-se a ela e sem sufocá-la exigindo mais do que ela possa dar, pois isso a deixa ansiosa e uma mulher ansiosa pode ser um perigo, não podemos nos esquecer da sensibilidade feminina que a acompanha desde os tempos da criação.
Por anos tem consigo a tão falada TPM – objeto de estudo de doutores que por certo já sofreram horrores com as mulheres com as quais já se relacionaram – e quando sai dessa fase já batizada “maldita”, encontra a famosa MENOPAUSA, outra miséria humana que joga com os hormônios transformando a sensibilidade da mulher em destrutiva bomba atômica não dando condições alguma a ninguém – nem mesmo a ela – de prever quando e como pode explodir e quais danos pode causar.
É difícil lidar com uma mulher, quanto mais com sua sensibilidade – não nego – mas talvez esteja ai seu grande e maior encanto. Se ela diz não, pode estar querendo dizer sim; se manda o companheiro embora, pode na verdade estar implorando para que fique; ela não liga, mas morre junto ao telefone esperando que ele tome a iniciativa e mesmo morrendo, capricha na maquiagem para que ninguém perceba seu sofrimento, afinal, pode ser mulher, mas antes de tudo, é forte!
A sensibilidade feminina é o que a torna especial e o que a diferencia dos homens. Neles encontramos a praticidade, enquanto na mulher, a combinação perfeita da praticidade com a sensibilidade que só a ela é pertinente.
A mulher ascendeu, mudou, venceu, mas nunca deixou e nunca deixará de ser mulher como também nunca perderá sua sensibilidade, cabe agora aos homens aprender observar, enxergar, respeitar e entender a alma feminina que por mais que mude jamais deixará de ser mulher.