Marginal
CAP. I
A vileza daquela atitude seria como uma cicatriz em meu rosto. Eu a veria diariamente. Bastaria olhar-me no espelho! Como eu pudera fazer aquilo? Sempre me achara uma pessoa correta. Bem formada moralmente! Não sei o que me fez tomar uma atitude tão vil... talvez a facilidade da ação, talvez pura tentação... corredores e corredores lotados! Como pude cometer aquele crime?! Como?!
O pior, é que o gosto do ato ilícito continus ns minhs boca... delicioso! Sim, mas a culpa será minha perene companheira...
Roubara...
Degustara aquele chocolate como se fosse o último...
CAP.II
Olhava para meu rosto e a cicatriz estava lá- não me deixando esquecer que roubara miseravelmente um chocolate e o enfiara de uma única vez na boca. Quase morri.
Dias ... semans...meses. Tinha pesadelos. Quando descansava, sonhava afogar-me num piscinão de chocolate derretido e tépido. Esta tinha sido minha pena judicial. Morrer no chocolate, por ter sido vil e roubado um chocolate. Estava me afogando. Chocolate pelas narinas, ouvido...
Gritos. Acordava desesperada. Banho frio. Insônia...
Psicólogo. noitadas, novos amifos, espelho/cicatriz.
Psicólogo, terapia,noitada, amigos novos, viagem...
Psicólogo, amigos,noitadas... Solução, minha cura!
Planejamento, prática...
Que sucesso. Foi tão fácil!
Hoje, meus novos amigos e eu, achamos que eu sou louco, doido e perturbado...
Não acho, não acho não...
(THERA LOBO - NO ESCONDERIJO - AGOSTO DE 2009)