RELÍQUIAS

Hoje abri meu baú de relíquias e remexi nele...

Haviam coisas antigas e algumas ainda que recentemente havia guardado nele.

Reli cartas, bilhetes, cartões, olhei fotos, e senti algumas pétalas de rosas desfolhadas que secaram ali dentro. Meu pensamento me transportou para lugares distantes onde estive um dia, mas que certamente não poderei mais visitar, não só porque estou muito distante deles como porque não sou mais aquela mesma pessoa.

Enquanto perdia tempo olhando tudo aquilo pensava na inutilidade daquelas coisas estarem ali, guardadas, escondidas, ocupando espaços de outras que poderiam ser mais úteis no meu momento presente.

De que servem lembranças guardadas em um baú a não ser para nos fazerem lembrar de vez em quando daquilo que não existe mais pra nós? Não estarão as sensações, que de fato são mais importantes, já impressas inevitável e eternamente em nosso coração?

Então, pensando nisso, lembrei-me daquela assertiva que diz da necessidade de abrir espaço para coisas novas chegarem até nós e resolvi jogar fora toda aquele acervo de bobagens que estavam me servindo apenas para serem olhadas de tempos em tempos e que só tinham sido úteis ao me trazerem algum aprendizado, certamente já introjetado nesta altura da vida!

Relíquias são adequadas aos museus e não à minha vida!

As lembranças que valem a pena sempre estarão no arquivo da nossa memória e não precisam de nenhuma prova concreta para existirem assim!

Este desapego liberta e me deixa leve, dando espaço para a luz de novas experiências, pois assim como está "fora", assim se reflete "dentro"......e vice-versa!

Cristale
Enviado por Cristale em 10/08/2009
Reeditado em 21/07/2011
Código do texto: T1746641
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