Cinema
O cinema terá sempre um destacado lugar nas minhas lembranças. De tanto assistir filmes, em toda a minha existência, a gente passa a ser uma autoridade no assunto. Hoje eu já sei se um filme é bom ou não. Basta ver o nome do diretor.
Tudo começou em 1942. Com 8 anos eu já ia ao cinema com o meu tio Liberato Della Volpe, que levava também o meu primo Rubens, seu filho. Íamos todos os domingos na matinê do (Cine) São Carlos, que ficava à Rua César Bierrenbach, em Campinas.
Tempos depois, já com 11 anos eu ia sozinho à sessão “zigzag”, do Cine Voga (depois Jequitibá) que começava às 9:00 h e ia até o meio dia. Três horas de muitas coisas boas: seriados, desenhos e filmes.
Depois era só subir a General Osório e tomar o bonde 1 ou 2, da Vila Industrial, ali juntinho à Igreja do Rosário, na Francisco Glicério.
Depois, já um pouco mais velho, continuei a ir aos cinemas de Campinas, alguns dos quais poucos se lembram como o Cine Rink, o Cine Rádio que era no auditório da PRC9, Rádio Educadora de Campinas, ou o Cine Santa Maria. Depois vieram os Cines Casablanca, Rex, Real e São Jorge.
O Cine Carlos Gomes era também moderno, e passou a disputar com o Voga as preferências dos apreciadores do maravilhoso lazer que é o Cinema. Devo acrescentar que esses dois cinemas não admitiam, em suas sessões noturnas, ninguém sem paletó, e muitas vezes exigia-se gravata.
Para ilustrar esta crônica sobre o tema que me traz muitas saudades, vou citar alguns filmes que foram grandes sucessos em todo o mundo.
Em 1955 assisti, no Cine Carlos Gomes, “A um Passo da Eternidade”, que tinha na direção Fred Zinnemann, e teve indicações para vários Oscars, com os coadjuvantes Frank Sinatra e Donna Reed, recebendo este premio da academia, junto com o diretor Fred Zinnemann.
O elenco trazia uma seleção de celebridades: Burt Lancaster, Deborah Kerr, Montgomery Cliff. Este filme apresentou pela primeira vez no cinema um astro que sempre fazia papéis secundários nos filmes, e neste filme rouba a atenção de todos: Ernest Borgnine. Borgnine junto com Antony Quin e Ward Bond sempre davam a seus filmes a certeza de que seriam bons.
Na próxima crônica falarei sobre outros filmes que foram marcantes para mim.