Meu Pai!


Certamente que o dia de hoje traz recordações! Algumas recordações boas, outras nem tanto... Mas são recordações de pais que já não estão aqui para nos falarmos, nos abraçarmos... São recordações que às vezes doem, sangram, alegram, destrava a alma. Assim se passa comigo hoje, depois do almoço em família, com o meu pai especialíssimo, o pai de meus filhos. Aí me recordei do meu pai.

Meu pai foi um homem que sofreu de ter tido que lutar na revolução de 32. Lutou para termos uma Constituição. Lei única para o país, que tornasse todos iguais... É o que ela determina logo nos primeiros parágrafos...

Coitado! Hoje ele sofreria triplicado vendo essa mesma constituição, essa mesma lei servindo á propósitos meramente eleitoreiros, sendo violada a cada dia, a cada passo, discriminando, tornando mais diferentes os diferentes...

Levou para o túmulo a mágoa de ter tido que lutar contra irmãos. Os pesadelos que tinha eram prova do seu sofrimento atroz do qual nunca se livrou... Por isso era sempre calado, sempre distante, pensando... Não se conformava...

De qualquer forma, ele fez o que pedia a época, o momento. Era preciso lutar? Ele lutou! Foi preciso pegar em armas?  Ele pegou! Nem por isso se deixou levar pelo trauma, pelo desgosto. Ultrapassou seus dramas psicológicos, do seu jeito, a seu modo. Refugiou-se nos livros, nas revistas, no livro de Marx (muito bem escondido).

Feliz dia dos Pais, onde quer que esteja! Aí onde se encontra nunca mais pegará em armas. Sua arma agora é o perdão, o amor, a calma, a felicidade...
Deus  o abençoe! Até logo!



MVA
Enviado por MVA em 09/08/2009
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