Meu nome é Psiu
Chame-me de “êi você”, “ô”, tanto faz. Meu nome verdadeiro não sei. Me entendo como um parceiro do Acaso e prisioneiro do Tempo. Viajante sem data dentro da minha Imaginação. Sem bússola, sem Carta de Navegação. Um corpo à deriva no Mar das Informações Distorcidas. Ouço falar de belezas, mas o que minha vista alcança são miragens. Apenas estão ali. As Sombras são as únicas que ficam, são o pano de fundo deste fantástico Teatro da Vida, resultado talvez da vontade de muitos ou de um Encanto de autoria desconhecida. Nesta caminhada, os risos não são tão profundos quanto os gemidos que ouço, quando o que vejo pegar, se desfaz no momento seguinte, para todos. Nesta agonia de pensador errante, quero respostas que são negadas pelo Tempo e as meias verdades absolutas que me são oferecidas, acho todas ridículas. Vasculho as alturas, procurando alguém, uma direção e o que consigo é o silêncio. Vejo a todo momento multidões embarcando às pressas para lugar nenhum, num vai e vem tolo de crianças brincando, querendo ter alguma importância. O alento para continuar é o caminho tortuoso às costas e a proibição de voltar. O sobe e desce de colinas, curvas desconhecidas a todo instante nesta estrada sem mapa, sem placa, não me diverte. Que jogo é este que não sei a minha função ? O frio da noite, o calor causticante, a chuva irresponsável, a lama debochada dos caminhos sujos por onde passo, são os obstáculos desta Gincana Insana para esta "coisa" animada chamada gente ? Parece uma Missão Impossível dessas que as instruções se destróem ou só chegam quando o herói já está no “sufôco”. De concreto só há um vazio em tudo. Um formulário a ser preenchido sem nenhuma pergunta. E a multiplicidade infinita de pistas falsas, cada vez confundindo mais. A quem estamos subordinados ? Se é que estamos. Somos livres e não sabemos ou fomos deixados para trás, tendo apenas esta grande solidão como resposta ? Somente a curiosidade teimosa restou para enfrentar isto. Um prêmio de consolação ? E com estes cacos me desconfio poeta. Mais não vou assumir mais uma mania. Esta alienação de se produzir ansiosamente para um leitor que não se tem, que se almeja e não se sabe se vem. Se alguém me der atenção, saiba que isto pega e que de onde saiu, tem muito mais. É só acompanhar e se perder comigo (...)