MEU PAI NÃO É HERÓI, NEM BANDIDO!
Meu pai nunca esteve nas leituras de meus livros didáticos. Ele não é um grande executivo. Nunca carregou uma pasta. Só usou gravata uma vez, para ser meu padrinho quando concluí Ciências Sociais.
Meu pai não estudou. Não sabe assinar seu nome. Não gosta de ir à igreja nem me ensinou a rezar. Não me levou ao cinema. Não brincou comigo no parque. Nunca disse que me amava.
Entretanto, foi este homem de poucas palavras e muita atitude, sem nenhum estudo, mas com muita sabedoria, sem nenhuma intimidade com a oração que me ensinou o valor da honestidade, me fez entender que Deus é maior que a religião e, sem nunca me dizer “eu te amo”, sempre deixou claro seu amor por mim.
Foi este homem que me fez querer ser melhor, aprender sempre mais, lutar pelas coisas que acredito. Não fomos ao parque, mas passeamos pelos campos; se não havia a sétima arte havia as cavalgadas, as conversas no alpendre, o colo, o balançar na rede ouvindo histórias.
Nunca ouvi meu pai dar uma gargalhada. Seu sorriso é um breve movimento dos lábios e um brilho no olhar, quase sempre sério. Meu pai é um homem comum. Um bravo. E exatamente por isso é único, especial. Não o quero herói, quero-o assim, real. Apenas o homem que amo, admiro e respeito.
Pai, eu gostaria de ter escrito isto para o senhor – “Pai, o senhor tem (...) a força de uma montanha, a majestade de uma árvore, o calor de um sol de verão , a calma de um mar tranquilo, a generosidade da natureza, os confortáveis braços da noite, a sabedoria das eras, o poder do vôo da águia, a alegria de uma manhã de primavera, a fé de uma semente de mostarda,a paciência da eternidade e o centro da necessidade de uma família. (...)"A tua missão é sagrada"*
*Fragmento de um texto encontrado na net. Desconheço a autoria, se alguém conhece por gentileza informar para que sejam dados os devidos créditos.