Os diplomas não falam (O que vale mais é a teoria ou a prática?)
Entre o trabalho e a diversão, fui assistir a uma Colação de Grau no Centro de Cultura e Convenções; uma noite de gala! Era mais uma do curso de Pedagogia da UEG no Regime Parcelado. Em meio os sons pesados e luzes coloridas, ainda pude perceber a disposição dos formandos com suas borlas, distribuídos numa organização quase perfeita. Digo, quase perfeita, porque não me absorveu todo o espírito, sair mentalmente em reflexão para as questões de dignidade humana.
Então, nesse entusiasmo, comecei a ouvir vozes sublimares, entorpecendo-me como se projetado para fora de mim mesmo, e naquele ambiente onírico, todos estavam apontando o dedo para mim, e com vozes ecoantes em unissonância, ordenavam-me:
— “Pense por um momento em seus colegas, eles estão obtendo um título da Universidade. Seus intelectos brilhantes dominam a história, filosofia, ciências, liderança e políticas. Eles se sentem, então, preparados para tirar o homem da ignorância e salvar o sistema educacional; com toda erudição, com todos os seus diplomas”.
Devido aos gritos ufanos do auditório verdadeiro, estalou-me a alma e, de súbito, uma voz real de admiração quebra minha transcendência:
— Isto é um terrível êxtase para eles, seus parentes e para mim, também!
Assim percebi que estava só no delírio. Acordei do torpor! A responsabilidade tinha me chamado de volta para o plano terráqueo: o efetivo. Com toda a probabilidade, eu não mereceria estar ali, naquele auditório de gala, não fossem as lições de humildade aprendidas, de minha mãe, durante os primeiros doze anos de minha vida. Mas, ainda estou na escola da abnegação. Como professor, a sociedade quer que eu tivesse aprendido o que ela precisa; assim, não sei o fiz. Por tantos anos, a “CONSTÂNCIA” foi minha professora pessoal. E só depois de tanto tempo, descobri que os meus diplomas são unicamente obras de arte, não me ensinaram a pensar e agir corretamente, portanto desconsidere meu enojamento nesta crônica inútil. Mas insisto em dizer que os diplomas deveriam ser o galardão merecido de quem já faz tanto tempo que presta um serviço dedicado à sociedade, a cuidar dos filhos dos outros.
No final de tudo, saí daquele santuário em busca de uma comprovação para me confortar com a certeza de que não estava “maluco”, e à primeira pessoa, das mais novas graduadas, que encontrei, pedi para ver seu diploma, mas ela me mostrou um canudo vazio, feito com um papel em branco, dizendo-me:
— o verdadeiro diploma vem depois.
É assim mesmo, teremos que estudar e praticar para fazer jus ao diploma que conquistou. Porém, é em situações similares a essa, que damos vazão a pergunta: O que vale mais é a teoria ou a prática? http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/max-gehringer/2013/05/23/O-QUE-VALE-MAIS-TEORIA-OU-PRATICA.htm