Eu…um mero contador de histórias…
Pode parecer absurdo a quem aparentemente me conhece, mas entre mim e a personagem principal de Californication até parte da série há certas semelhanças…
Não, não sou um mulherengo destravado como ele, adoro mulheres, na minha suave interioridade e intensidade de palavras, não, não consumo drogas para além de cigarros e de um copo de vez em quando, não, não digo tantos palavrões…lol
Mas como ele busco o impossível
Busco o impossível no amor, sendo que num breve lapso da minha vida fui imensamente feliz, procurando desde essa altura a felicidade noutros amores, noutros enganos, pois, apesar de amar pessoas notáveis que me marcam para sempre, acabam por ser as pessoas erradas, em mágoas que se perpetuam na minha escrita, mas sem nunca perder a fé, sem nunca perder o sorriso e o riso que me caracteriza desde a infância.
Procuro o impossível nas palavras, uma certa perfeição, a busca infinita de conseguir transmitir o imenso que sinto todos os dias, todas as horas, para as palavras.
Na juventude fui considerado uma jovem promessa literária, publiquei com sucesso contos e poemas um pouco por todo o lado, mas depois veio a faculdade, parei de escrever para o exterior, escrevi para mim e para as minhas colegas, família e até professores, sendo que na minha cidade natal consegui uma certa fama, a qual nunca levei a sério pois detesto rótulos, etiquetas, as pessoas são o que são e eu sou apenas mais uma…
Mais tarde, quando acabei a faculdade tentei publicar, mas todas as editoras me fecharam as portas, até à altura em que descobri a Internet, um pouco tardiamente, confesso, mas ao fim de alguns anos a publicar em alguns lados, consegui que uma editora me editasse, o que foi o começo de imensa coisa que ainda está a acontecer, sendo que desconheço o seu desenlace, e hoje tenho algumas propostas em cima da mesa que estou a estudar atentamente…
Tenho uma legião fiel de leitores, que me adoram, mas mesmo assim…
Não me considero um escritor…
Sou apenas um mero contador de histórias, quer orais, quer escritas, quer sobre a forma de poemas, quer sobre a forma de infinitas prosas, sou um mero sonhador que sonha com o Amor da sua vida, que adora perder-se, quando posso pois a semana é para trabalhar…, perder-me em noites boémias sem rumo, até ao copo final ou até uma cama errante, até ao colo final do Amor que não consigo encontrar…Adoro dançar a minha dança num cantinho da discoteca, ou em qualquer outro lugar,(como já aconteceu debaixo da Torre Eifel, num fim de tarde na minha cidade de sonho), sem ninguém dar por mim, quer esteja só ou acompanhado, Adoro passear à noite, à beira-mar a ouvir o chamamento milenar do mar transmitido pelas ondas, adoro as estrelas, pois revejo-me na sua imortalidade, adoro palavras ternas, adoro viajar, mas também gosto de voltar para o meu cantinho e sonhar…sonhar como o garoto que viu um filme aos 16 anos, que o inspirou de tal forma a escrever que desde esse algo distante, mas bem presente ano, nunca mais parei de escrever, nem nunca pararei, pois sonhar, amar e escrever é a trilogia sob a qual assenta a minha vida e sem a qual não saberia respirar, não saberia viver…
E afinal sou apenas um mero contador de histórias…