HERMANITOS? SÍ, PERO NO MUCHO!

Era a primeira vez que eu me encontrava em terras argentinas, mais precisamente no coração de Buenos Aires.

E como qualquer turista que chega, ainda procurava me situar melhor quanto ao que a cidade tinha a oferecer.

Não contava com guias turísticos e portanto me utilizava dos folders do hotel para melhor me situar.

E assim comecei meu tour pela capital dos los hermanitos, fascinada com a beleza, com a organização, com a elegância que havia por lá.

Lembro-me que fiz alguns passeios da rota de todos os turistas, um de navegação num dia que chovia muito.

Naquela época, ainda não nos preocupávamos com essa coisa mais moderna de H1N1, e penso que os tempos realmente mudaram muito, e quantas são as vezes que somos felizes e não damos conta da tal felicidade , naquela simples, de apenas poder se locomover sem grandes preocupações.

As casas de carnes argentinas , os vinhos, as malhas, a feira de San Thelmo, seus artesanatos, suas antiguidades, os cafés, os passeios pela Ricoletta, enfim tudo perfeito, de fato.

E certo dia mais a noite, não pude faltar às tradicionais casas de tango.

Como ainda não conhecia bem a cidade, achei melhor chamar um táxi daqueles que o próprio hotel anunciava, seria decerto mais seguro.

Não tardou cinco minutos e o táxi estava lá a minha espera.

Nele, um motorista muito simpático, ávido por ciceronar sobre os melhores pontos da cidade.

Como sempre, eu carregava minha máquina fotográfica grudada a mim, e meus clicks se juntavam às fotos de toda a viagem que quase chegava ao fim.

Faltava-me apenas as fotos da noite do tango.

Desci em frente a casa noturna e marcamos para que ele me pegasse no término do show, que aqui dispensa maiores comentários.

Tudo de melhor que a arte da dança pudesse oferecer.

Na volta ele estava lá, conforme combinamos.Deixou-me na porta do hotel e cinco minutos depois percebi que havia esquecido, talvez derrubado minha máquina fotográfica dentro do táxi.

Um aparelho bem simples, sem muitos recursos, porém todas as fotos da viagem estavam lá.

Desesperei-me.

Comuniquei o ocorrido à recepcionista do hotel e em pouco tempo o táxi estava de volta com a minha máquina e as minhas fotos.

-Obrigada, senhor.

-Señorita, são sessenta dólares por eu ter voltado aqui.

Paguei feliz.

O preço que comprava duas máquinas fotógraficas daquelas, nas lojinhas dalí, e ainda me sobrava um troco para ir e voltar de tantos outros Buenos Aires.