Sinfonia concertante
Sinfonia concertante
Quem por qualquer motivo tiver saudades de mim, pode colocar o adágio da sinfonia concertante para oboé de Mozart e ler as coisas que escrevi. Em tudo que escrevi, a maioria das vezes, coloquei muitas das minhas emoções, às vezes, vezes e vezes, chegando às lágrimas. Era mais emoção do que talento, que julgava ter de sobra, felizmente descobrindo muito tarde, que o talento era nenhum. Sendo assim, todos meus escritos têm um pouco daquele fluido das almas errantes, não sendo aconselhável a leitura após o sol se por; o adágio de Mozart deve ser repetido, quantas vezes forem necessárias, para entrar ou ficar no clima ideal da leitura. Embora a redação pudesse ser feita com Brahms ou Beethoven, os escritos saíam patéticos, sem a força que gostaria de dar à exposição do texto. Não se surpreendam, se disser que coloquei, em raras oportunidades, a Betania cantando canções em tom recitativo, para desesperança dos que sempre esperavam clássicos. Como já informei, tais escritos não compõem uma biografia, embora possam contar alguns fatos misturando acontecimentos e pessoas com a ficção; tomem todo cuidado, para não divulgarem opiniões erradas, tornando desconcertante a sinfonia!