UMA PROFISSÃO DESRESPEITADA
UMA PROFISSÃO DESRESPEITADA
Neste Brasil impoluto onde a maioria é corrupto, ninguém acredita mais em ninguém. A cassação do diploma do jornalista foi um crime sem precedentes. Declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e manifestações diversas ocorridas após a decisão que afastou a obrigatoriedade do diploma para exercício do jornalismo têm gerado grande insatisfação, e descrédito sobre o futuro profissional dos estudantes da Comunicação Social. Com a atitude impensada dos que fazem a Corte maior do País, desregulamentando por completo a profissão de jornalista, cometeu um assassinato de grandes proporções. Calou de vez e exterminou a vocação de inúmeros jovens que estão cursando Comunicação Social (jornalismo). As Faculdades tendem a fechar a não ser que outro julgamento seja feito, ou outra medida que regulamente de vez siga trâmites legais, começando como Projeto de Lei na Câmara dos Deputados Federais em Brasília. A exigência do diploma para exercício da profissão nasceu no governo dos militares. A decisão do presidente Gilmar Mendes pode soar como revanchismo ou mesmo achismo.
É de entristecer qualquer estudante com vocação direcionada para a Comunicação Social, escolher o jornalismo como sua profissão preferida. O jornalismo hoje é apenas um quebra galho. Temos visto casos horripilantes de fazer vergonha a qualquer estudante e crianças que se inserem no meio escolar para uma aprendizagem sadia e honesta. Certa vez, uma “apresentadora” de um programa televisivo ao se reportar sobre a palavra Pedofilia, afirmou ser a pessoa do Pé Grande. Outra num programa sobre desenvolvimento cultural, onde as pessoas ou telespectadores teriam que descobrir as letras para formar uma determinada palavra, alguém citou a letra (I) e ela ao confirmar disse: I de escola. É duro, mas é verdade. Indignada com o jornalista que fez a crítica a apresentadora disse que não era analfabeta, pois tinha escolariedade. E não para por aí. Vejam o que filtramos: “A noite foi de Priscila Pires. A vice-campeã do” Big Brother Brasil 9" lançou, na terça-feira, em São Paulo, a revista "Playboy" da qual é capa. Muitos fãs e curiosos compareceram a uma livraria de um shopping da capital paulista. Mas o que era para ser um evento de festa teve seu momento de constrangimento. Ana Carolina, ex-companheira de BBB da morena, foi barrada e não pôde fazer sua estréia como repórter da Rede TV! A loira, como sempre, deu chilique e ficou chateada com a situação.
Conseguiu entrar, mas sem câmera e microfone. Seria vingança? Afinal, as duas trocaram alfinetadas após a saída do reality show. Ana Carolina afirmou que seu bumbum era o maior e mais bonito entre todas as participantes. Ironicamente, Priscila respondeu que era ela quem estrelaria a capa de aniversário da "Playboy". O jornalismo está virando baixaria e o BBB (Big Brother Brasil) é a mais nova Universidade de Comunicação do país. Com a criação da mais nova rádio do Brasil O BBB entra para o mundo da radiodifusão com sua letreca "Rádio Pinel". No julgamento que derrubou a obrigatoriedade do diploma, o Supremo deixou explícito que a decisão restringia-se ao afastamento de parte do decreto regulamentador da profissão, e não à sua integralidade. "O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do relator, ministro Gilmar Mendes (presidente), conheceu e deu provimento aos recursos extraordinários, declarando a não-recepção do artigo 4º, inciso V, do Decreto-lei nº. 972/1969, vencido o senhor ministro Marco Aurélio."
A decisão do Supremo quer queiram quer não, teve o impositivo da força do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) que em sua maioria é composto por empresários e políticos. Foi uma decisão que teve a força do Empresariado e da política, e o presidente Gilmar Mendes se deixou levar por esta força. Estudantes de jornalismo de todo Brasil e jornalistas com formação universitária levaram uma tremenda pauleira e ficaram a ver navios. Só quem faz e desfaz neste país é a classe política. Vemos com grande tristeza o Brasil atolado em corrupção, senadores discutindo em plenário, cenas dantesca transmitidas pela televisão do Senado Federal, deseducando o telespectador e mostrando a incapacidade de alguns políticos aliada a arrogância e ao poder. A ética lá não existe e nem respeito entre os próprios senadores.
Alçamos mais esta inconformação: “A decisão do Supremo Tribunal Federal, do dia 17 junho, que acabou com a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão, repercutiu negativamente entre estudantes e professores do Centro de Ciências da Comunicação. Durante esta quinta-feira, eles estiveram mobilizados na realização de debates sobre o assunto visitaram o Jornal Pioneiro, o Fórum da Cidade, compareceram à sessão da Câmara de Vereadores para tornar público seu descontentamento com a decisão do Supremo. O reitor Isidoro Zorzi também lamenta a decisão do STF, mas considera que, por ser irrevogável, ela impõe à Universidade um grande desafio: o de ampliar e qualificar, cada vez mais o ensino na área da comunicação, de modo a atrair os alunos que buscam uma formação sólida nessa área.
"A sociedade democrática não pode prescindir de jornalistas e o nosso papel é oferecer cursos de qualidade a todos àqueles que desejam preparar-se para ingressar nessa profissão". Senhor Zorzi agora a Inês é morta, Jesus já se foi e a ressuscitação será impossível. Uma coisa precisa ser dita: a qualidade dos programas de televisão tende a cair e os empresários vão ter que cumprir as decisões trabalhistas como carteira assinada, obrigações sociais em dia, e outras nuanças exigidas pelo Ministério do Trabalho. O mais hilariante ainda é que muitas empresas que trabalham com jornalismo assinam a carteira de seus profissionais como radialista. É o fim da picada. O rádio já não tem mais aquela simpatia toda, pois profissionais como os mais antigos não se formam mais.
Queremos saber qual o papel dos Sindicatos agora, o dos jornalistas e os dos radialistas? Como vão agir? Vejam senhores que as Universidades e Faculdades Brasil afora investiram muito dinheiro para ter o curso de jornalismo aprovado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC). O que vemos hoje no écran jornalístico são jogadores de vôlei, futebol, desportistas de um modo geral fazendo reportagem e os Jornalistas tendo que engolir eticamente tais barbaridades. Achamos que aqueles que desejam se inserir na área jornalística deveria pelo menos fazer dois anos de faculdade para fazer jus à profissão que estão exercendo atualmente. Infelizmente os acadêmicos de jornalismo ou mesmo os que estão concluindo sua formação universitária, vão ter que concorrer com ex-árbitros de futebol, ex-atletas, ex-políticos, enfim vai ser um Deus nos acuda. Para o coordenador de Jornalismo, professor Paulo Ribeiro da Faculdade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, o fim da obrigatoriedade do diploma vai significar menos qualidade na informação fornecida a leitores, ouvintes, telespectadores e internautas.
Ribeiro teme o que considera “uma onda de picaretagem com a perda do controle ético a respeito da informação”. Já o aluno Jeferson Ageitos acredita que muitas pessoas podem, a partir de agora, “usar a prática do jornalismo em interesse próprio”. Vários alunos protestaram contra as declarações dos ministros ao anunciarem seus votos na sessão de quarta-feira no Supremo, em especial, contra as comparações feitas entre o jornalismo e outras profissões. “Estudamos não apenas por um diploma, mas pela capacidade e pelo reconhecimento para entrarmos no mercado”, disse a estudante Noele Tavares Scur. Na redação do Pioneiro, o grupo foi recebido pelo editor-chefe, Roberto Nielsen, que garantiu a manutenção da exigência do diploma para a contratação de jornalistas na empresa.
No final da tarde, às 17h, estudantes e professores vão comparecer à sessão da Câmara Municipal de Caxias do Sul para demonstrar, mais uma vez, a sua indignação contra a decisão que consideram como um retrocesso. Concordamos com ele em gênero número e grau. Outro vírus letal na comunicação é a briga pela audiência, pelos picos dessa audiência. Emissoras brigam e usam artimanhas desonestas para trazer determinados profissionais para formar um elenco mais forte. Estudantes suas revoltas têm fundamentos, mas no Brasil é assim mesmo, o errado infelizmente é que está certo. O pior é de tudo é que o errado suplanta o certo e população alheia as nuanças pensa ao contrário, pois as pesquisas de opiniões não refletem a realidade. É uma enganação oficializada como acontece quando informam o cálculo da inflação. Vamos citar aqui o velho clichê popular de que: ”quem rir melhor é quem ri por último” “Os humilhados serão exaltados e os exaltados serão humilhados”, que afirmou esta última frase belíssima foi o Mestre dos Mestres, o grande e insuperável Jesus Cristo. Pensem Nisso.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO D ACI-DA ALOMERCE E DA AOUVIRCE