Cariocando (parte IV) Jardim Botânico
Levantei cedo porque D. Marlene me disse que iria ao médico e que quando retornasse eu não estaria mais em casa. Eu gostaria de me despedir dela e agradecer pelo tratamento cinco estrelas em sua casa.
Desci as escadas e a parte de baixo estava toda silenciosa, procurei por ela na cozinha e no quintal e não a encontrei, lembrei que ela me dissera no dia anterior que iria a feira para fazer compras para a semana e comprar algumas frutas que eu disse a ela não ter na Suécia.
Não quis subir novamente, então tomei o material do curso de Reiki Master que eu havia feito no Brasil nesta minha viagem e fui repassando a leitura.
Quando D. Marlene retornou, me disse que iría preparar empadas para eu aprender a fazer, porque a minha receita é muito complicada e ela me ensinaria uma prática e o meu lema é: PRATICIDADE.
Camila, minha nora também nos ajudou no preparo, mas D. Marlene só colocou as empadas no forno e fora embora, deixando um vazio enorme na casa e uma saudade, porque apenas três dias com ela parecia que tínhamos vivido uma vida juntas.
Leila ligou dizendo que o taxi já estava a caminho para nos buscar e eu podia desfrutar dos últimos olhares para a barriga de minha nora que carrega o meu neto.
Adoro encontros, mas despedidas para mim é sempre muito triste, mesmo se o reencontro for logo.
No taxi eu questionei o motorista se ele recebia com cartão ou somente dinheiro, ele me informou que Leila já tinha avisado que pagaríamos com cartão, e ele logo pode perceber que meu namorado era estrangeiro por falarmos em sueco no carro.
Ele nos entregou um boleto para nòs preenchermos e ele disse para colocarmos o número do cartão, eu disse a ele que não havia um local específico para isso e ele mandou a gente colocar em qualquer lugar.
Eu percebi certa "sacanagem", lembrei que Leila não sabia se eu estava pagando meus gastos com cartão ou dinheiro e como Leila sabia que eu iria pagar com cartão?
Pedi a ele para ligar para ela, ele insistia em que eu pagasse com cartão e quando mais insistia, mais eu percebia a safadeza. Decidi não pagar, falei a ele que Leila iria pagar com o cartão dela e que eu não deveria contrariá-la.
Chegamos no apartamento da Leila, toquei a campanhia, ela já descia o elevador logo já foi falando e eu só ouvia a sua voz que me soava muito familiar, ao encontrar, senti que já nos conhecíamos de longas datas.
Eu e Leila nos conhecíamos somente pela internet.
Depois de muita euforia sua secretária Dejê chegou em sua casa e a festa ficou ainda mais animada.
Leila preparou para mim(nós) frango com quiabo e polenta e mais uma infinidade de guloseimas. Só de olhar já se ficava satisfeita.
Nosso primeiro passeio foi no Jardim Botânico, o moco do taxi que nos conduziu até lá, ao nos deixar nos disse que seu dia tinha sido chato mas que acabara muito bem, porque nos o animamos com nossas algazarras. Ele realamente fez uma terapia gratuita, o Rio de Janeiro nunca mais seria o mesmo se eu, Leila e Dejê vivessemos juntas.
Pude contemplar a beleza e ouvir Leila narrando a história do Jardim Botânico.
Nosso passeio fora um pouco demorado, porque cada um trazia sua camêra fotográfica e o momento precisava ser capturado quatro vezes.
O fim do passeio no Jd. Botânico fora no Café no próprio local e que já encerrava suas atividades.
Saimos de lá bisbilhotamos umas gravacõoes no local.
Tomamos outro taxi, onde fazíamos algazarras, pedimos ao motorista que gostaríamos de tomar uma cerveja nos "barezinhos" do Lago Rodrigo de Freitas, ele nos conduzia até lá. Quando ele já havia contornado quase toda a lagoa, ele retorna e diz ser melhor nos deixar do outro lado. Não contestamos ele conhece a cidade deveria saber o que fazia Ele parou em frente uns restaurantes caros e disse que era o nosso destino, Leila olhou para o local e constatou ser restaurantes caros. Retrucou e disse a ele novamente que só íriamos tomar uma cerjevinha nos barezinhos do Lago Rodrigo de Freitas, que aquele restaurante era para ricos e que nós não éramos ricos.
Ele andou mais um pouco e nos deixou em um local que dizia ser o nosso objetivo, descemos e tentamos atravessar a rua. Estava escuro, não havia local para atravessar a avenida, ela estava muito movimentada,. Andamos muito e nada de chegar no tal barzinho e o perigo em andar com bolsas e camêras pela rua nos amedrontava, resolvemos tomar outro taxi, e já avisamos para o motorista que tínhamos dinheiro para pagar a corrida, porque o motorista anterior nos soltou em uma rua perigosa pensando que não íamos pagar a corrida.
Ele ria conosco e nos divertíamos mais e mais. Nossa noite se prolongou numa churrascaria do amigo da Leila, eu não lembro o nome dele, mas fomos muito bem servidos e o churrasco era dígno de Brasil.
Deixamos Dejê e voltamos para casa, nossa noite não acabou na churrascaria, acabou com um papo gostoso acompanhado de rum com coca-cola. Afinal a cuba libre fez parte de nossa época, porque nós três temos quase a mesma idade. A amarula e o vinho ficou lá, até arriscamos bebericar um licor de jenipapo, que só eu tinha conhecimento profundo, Leila ganhara de presente e não conhecia o sabor. Eu já conhecia porque minha mãe faz licores caseiros para a família e este é um dos preferidos dela. Pena que eu não gosto.
Caracas, estou aqui escrevendo comendo castanha de cajú, lembrando da empadinha de D. Marlene do frango com quiabo da Leila, do churrasco no restaurante do amigo dela e meu namorado acaba de me servir... advinha?
Carinhosamente