TEMPOS POÉTICOS, NÃO APOCALÍPTICOS ("O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores; o presente, sempre pior." — William Shakespeare)
Disse Confúcio, pensador e filósofo chinês: "Estude o passado, se quiseres decifrar o futuro." O passado revela-nos o futuro e se o for bem compreendido e bem empregado no presente, rende poesia, mas, se não, a conexão estará interrompida.
Se existe o Futuro do presente, deve existir o pretérito do futuro cá entre nós; bem como existe o futuro do pretérito. Então, como vou saber que o meu agora é presente! Senão, logo não existo para o tempo, não me acho, não há caminhos. Ou há sim, caminho para lugar nenhum, e a morte continua glob(alizante).
Mas, insiste em declamar, Viviane Mosé: "...tempo escorrido é poema, tempo endurecido é tumor..." .Ainda bem que no tempo derretido deslisa a história! Aliás, o tempo não passa, somos nós que passamos, e continuamos marcando e medindo o tempo como quem mede uma noção, pelo o movimento de uma ação para servir de referencial para outras. A frequência dos eventos é devido a distância. Quem disse que a luz anda no tempo, ela anda, sim, no espaço. E num movimento constante vai de um ponto a outro a seu modo, pois o tempo transforma tudo, porém não pode desacelerar a luz. Assim me dou ao tempo e no espaço distribuo o pó que sou ou o restos do que fui. Nos tempos das catástrofes, sobre tudo da poesia e dos prazeres que só o inferno proporciona, há novos prazeres, o de sofrer. Digo melhor, se o inferno tem prazeres que nossos sentidos conhecidos desconhecem, então é possível ser feliz no inferno.