DESPEDIDA

Naquela noite nos despedimos sentindo o sabor da despedida prolongada. Nos abraçamos longa e carinhosamente, quietos e em silêncio... Sabemos quando as palavras são dispensáveis e nada é mais profundo que este silêncio. Sentimos cada toque, nossas mãos se encontrando, nossos olhos se encontrando, nossas inquietações e indefinições se encontrando...

Naquela noite, havia cheiro de saudade no ar. Havia sabor de momentos quando são únicos.

Sabíamos que a única forma de permanecermos eternos era gravar nossos gestos, nossas mãos, nosso carinho, nosso desejo de que tudo aquilo não acabasse... Que o tempo fosse infinito, que o relógio parasse... Vontade que soubessemos e pudessemos nos guardar num lugar protegido!!

Hoje, às vezes, na verdade quase sempre, me surpreendo tentando lhe fixar nitidamente, como se sua presença pudesse se tornar sólida, como se seu sorriso estivesse ali sorrindo pra mim, ali, além das dimensões de minha imaginação... Como se suas palavras mais comuns ainda estivessem sendo ditas, além das dimensões de seus ecos em meus ouvidos... Como se eu pudesse lhe transportar e fazer presença, muito além desta angustiante ausência!!

Hoje, às vezes, na verdade quase sempre, me pego lembrando daquela noite. Não conseguimos eternizar o que sentimos nela, mas ficou em mim uma enorme e eterna vontade de lhe envolver em meus sonhos, lhe trazer felicidade, esperar seu amor e não lhe ter tanta saudade...

(ainda te amo!)

GLAUCIA TASSIS
Enviado por GLAUCIA TASSIS em 04/08/2009
Código do texto: T1736290
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