TOLERÂNCIA, UF!
 
 
         Certas coisas não agradáveis são toleráveis até certo ponto. Este ponto varia com o nível do insuportável e com a capacidade de paciência de cada um.
          Há pessoas que têm tolerância zero. Essas podem ser tão desagradáveis quanto o fato intolerante. É preciso também uma formação bem estruturada para conviver com essas coisas.
         Situações incômodas como barulho de papel no meio do filme já começado, espectador que comenta o tempo todo ao longo da sessão, taxista barbeiro ou intrometido na conversa dos passageiros, uma mordida de pernilongo, pisar num formigueiro que não se nota de imediato, pisar em fezes na rua; calçada ou poste urinado de homens e cães, o que dá vontade de esfregar o focinho dos dois naquele fedor, algo bem animal. Aliás me pergunto o porquê dos homens mirarem uma parede ou um anteparo.  Será uma questão varonil? Testando o alcance do macho? Vizinhos brigando ou ouvir músicas desagradáveis no mais alto som, no apartamento do lado, etc. Há muitas ocorrências desagradáveis, mas se convive com elas, uma vez que fazem parte de maus costumes do conviver urbano e falta de educação desde cedo.
         Já para mim, pessoalmente, cortar árvores é intolerável. Bem como queimá-las e no seu lugar plantar soja, milho ou feijão. Caçar passarinhos e outros bichos também. Intolerável também é gente com mau humor no metrô, viro logo as costas e ignoro. São coisas intoleráveis, agridem todo o nosso astral. Em política, então!
Nada como uma boa música, um bom filme e um bom papo... Ótimo.
Ando meio esquecida ultimamente, e não sei onde está minha carteira de identidade original do CREA ou se a perdi. Já procurei por todo canto, e preciso dela. Pedi a meu filho para procurá-la, pois cansei.
Veio ao final do dia, depois do trabalho. A casa dele é um brinco. Já a minha, mais agradável, tem muito papel e desorganização, é o meu jeito. Enquanto ele procurava por todos os cantos e gavetas ele ia botando pilhas pelo chão como inservíveis, e fiquei no sofá vendo TV. Alérgico, começou a fungar e espirrar. Depois, desanimando de não achar, começou bufar feito lobo mau e a atirar os pacotes com força pelo chão, enquanto eu torcia para que ele não jogasse fora meus documentos. Precisava transformar a busca em barulho. A essa altura, eu arrependera de ter sua “ajuda”. Esbravejava, tossia, dizia coisas “fazendo julgamentos”, pois para ele, qualquer coisa que já passou da data é lixo. Até que se deu por vencido e foi embora.
          Ai meu Deus!

          Tolerância, uf!