O dia em que acordei vovô

Veem-se tantas notícias inglórias hoje em dia nos jornais, que fica até difícil crer em um mundo melhor do que esse, açodado por tanto desamor e por tanta violência. Parece que de uma hora para outra a natureza resolveu desmanchar-se e procurar uma nova gêmula e parir uma civilização diferente desta de que participamos a cultuar a desatenção com o meio ambiente. Mas eu continuo a acreditar que tudo poderá mudar para melhor e que é indecente a todos nós perder a esperança de ter esperança em um mundo melhor.

Sempre orientei os meus filhos fazendo uso da decência, do amor e da compreensão. Evitei trazê-los ao convívio social sem sentir que o mundo era um lugar meritório à vida. Ensinei-lhes que a tolerância sempre deveria estar viva dentro deles e que o amor era a maior maravilha da criação.

Apesar das míseras notícias que têm nos acompanhado nos tempos atuais, essa violência toda, o desrespeito geral para com os seres humanos, eu, mesmo assim, continuo acreditando que esse dito homem que tem destruído o planeta, fará o inverso, doravante, dadas as novas atitudes globais que estão sendo tomadas pelos Estados mundo afora. Os governos têm se empenhado para engendrar uma batalha viva e forte contra essa destruição global.

Há muita fome e pouco pão, é claro. Disso sabemos muito bem. É fático! Mas nem só de pão vive o homem e isso é bíblico e continua verdadeiramente axiomático para não apenas o cristão, mas para todos os que creem no amor e na vida. O homem tem arado cada vez mais a terra, produzido ainda mais e, mesmo assim, não tem suprido as bocas famintas dos miseráveis que enchem este planeta.

Em sete de julho de 2009, eu fui dormir com a esperança de que no dia seguinte seria vovô. Minha filha, usando de meio moderno de comunicação, passou-me um torpedo que dizia: “Painho, amanhã a Divinha vai nascer”. Para mim, na exata hora em que li a mensagem no meu aparelho celular, ela já tinha nascido. Enchi-me de mais esperanças e pude entender que, assim como eu, inúmeros homens estariam sentindo a mesma alegria de vida.

As “Divas” já nascem imensas. São elas “Divas” e, portanto, diferentes de tudo o que não é “Diva”. Diva Gabriela nasceu misturada a belas esperanças. Trouxe a esperança de que ainda vale a pena amar e reproduzir e crer que dias melhores virão para toda a humanidade.

Acordei-me leve e pleno de uma felicidade que eu sabia de onde vinha, mas não sabia até onde iria. Quando o meu olhar olhou o olhar dela, acreditei que os anjos existem e que a felicidade mora muito mais próxima de nós do que imaginamos. Esqueci as dores menores do mundo, e minha alma renovada creu que ali, naquela Diva santa, estava um pedacinho de mim e só assim eu cri que, naquele dia, eu havia acordado vovô!

Apesar do mundo, apesar de tudo, há anjos, há esperanças e há vida sendo renovada constantemente.