Texto para um dia dedicado aos amores não vividos.

Texto para um dia dedicado aos amores não vividos.

Alexandre Menezes

Bem, novamente começo um texto assim, na realidade, nem me lembro da última vez que escrevi uma carta, mas recordo que sempre tinha ao menos a sensação que era por um belo sentimento e, geralmente, para um novo amor que poderia acabar antes mesmo da entrega. Ah! Também escrevi angustiado. Sempre fui inconstante.

Lembro que as escrevia com bastante intensidade e cada palavra brotava de forma tão espontânea e sincera que no fim o texto parecia ter alma. Maior que a entrega era apenas o descuido e hoje fico rindo feito bobo ao lembrar das chantagens feitas por alguns colegas de escola que exigiam uma semana de “geladinhos” como resgate nas vezes em que eu me descuidava. No fim não me importava, adorava ouvi-los lendo as cartas no caminho de casa como forma de ameaça. Pareciam declamar.

Com o tempo, elas foram substituídas por bilhetes, cantadas, conversas informais ao telefone e, como as cartas não entregues, muitas coisas também não foram ditas. Assim, meio do nada, a gente começa a amadurecer e analisar o passado e, diversas vezes nessas horas, dá uma vontade danada de condenar a nossa imaturidade, nossa falta de atitude, as cartas não entregues, palavras não ditas... Isso também passa.

Mais maduro , hoje, agradeço os amores que tive e não vivi devido a minha imensa timidez, é que com eles aprendi a cuidar muito bem dos que tive e que pude viver sempre na intenção de que fossem para sempre. Para as mulheres que também me amaram e que talvez condenem minha falta de atitude do passado confesso que por todas, sem exceção, pratiquei autoflagelação mental ao menos uma noite. E, caso o consolo não tenha sido suficiente, digo ainda que decoro com doces sorrisos às páginas do livro da minha vida em cada um dos seus diversos capítulos dedicados aos amores que tive e que por qualquer bobo motivo não pude viver.

OBS- Amigos e amigas,

Creio que provavelmente alguns perceberam minha ausência no Recanto tanto nas leituras quanto nas publicações e tudo isso tem motivo: aceitei mais um desafio maluco e ficarei afastado do “mundo civilizado” e devo retornar apenas após o dia 16 de setembro e peço a Deus que eu volte com novas histórias para contar e sem malária ou qualquer outra doença tropical. Aprendi a amar todos vocês que são meus leitores e não sei como dizer, me faltam palavras, e esse último texto publicado é dedicado a todos vocês. Ah! Aproveitem para ler os textos antigos.

Forte Abraço e em 40 dias estou de volta.