Pensando em voz alta, quase gritando...

É triste como estou vivenciando a política neste momento ímpar da nossa sociedade. Acredito que você esteja vendo todo o desenrolar dos fatos com olhos diferentes dos meus, mas nada que eu não possa entender. É assustador como os eleitos tentam nos fazer acreditar que são Santos, mas no exercício de suas atividades parlamentares, pelo menos para mim, não passam de vermes que se instalaram em desgastadas baias dos escombros do inusitado Congresso Nacional.

Assistindo aos acontecimentos que têm assolado a todos nós através das rádios e emissoras de televisão, passei a ter dúvidas se repetiria os mesmos votos que consagrei nas últimas eleições. Agora começo a perceber que voto é como tiro de longa distância: quando acreditamos que vamos acertar o alvo, notamos que o espantalho é mutante, que é algo que parece mas não é, que muda de cor e lado, conforme suas necessidades e conveniências.

Políticos considerados no passado pessoas íntegras e sérias, estão revelando serem verdadeiros falsetes quando suas biografias são esmiuçadas por outros de mesma casta. Se alguns deles estiverem fora deste contexto é porque ainda não lhes foi dado tempo razoável para que manifestem seus dotes maquiavélicos em prol dos seus entes mais próximos, como se o erário fosse algo a ser dilapidado, como algo sem dono ou valor econômico.

Ditos cidadãos tentam nos passar a imagem de que são puros e que ainda não foram canonizados por mera falta de espaços religiosos em suas malfadadas agendas. Entram em nossas casas em peles de cordeiros, se apresentam na televisão como enviados de Deus pregando a honestidade como se ela fosse algo que se adquire em mercados ou lojas de quinquilharias.

Quando via o todo poderoso “rei” Arthur, ora em Vigília, ora esbravejando frente as câmeras de televisão, imaginava-o um czar da mais alta corte. Alguém acima de qualquer suspeita, um verdadeiro cidadão brasileiro, mas bastou uma olhadela em suas amizades para descobrirmos que também ele proporcionou a um dos seus apadrinhados uma benesse salutar. Deu-lhe subsídios financeiros para que fosse fazer cursos performáticos no exterior, sem a menor necessidade, uma vez que o próprio padrinho mostrou ser um soberbo mestre na arte do faz de conta. É difícil de se acreditar que o “rei” um dia foi súdito no Congresso Nacional, nossa principal arena do teatro do absurdo. Pensando bem, fiquei com pena dele... coitado! Teve que vender um dos lotes do latifúndio de sua família para pagar parte da dívida contraída com o povo brasileiro como se isto o absolvesse do crime que acabara de confessar. É lamentável defender sua inocência! Para ser sincero eu até queria que esta história não fosse verdadeira... é muita pobreza para um tipo só.

Não sei onde o país vai parar com tantos políticos que querem fazer graça com o nosso dinheiro, beneficiando seus filhos, sobrinhos, namorados das netas, bisnetos, amigos e mais uma plêiade de consorciados que nem sei se realmente existem. Ainda assim, quero acreditar que alguns destes vilões são mesmos fantasmas da ópera, para não dizer que são piores do que o sumo da laranja que representam ou quem sabe, piores que a sarna ou o mal bruto que querem impor a nós como pessoas.

Por fim, chego a conclusão que mais temia: todos são iguais, o que os diferenciam é a etiqueta das malas que carregam. Se eu pudesse, anularia meus candidatos, isto seria a glória, a redenção de uma nação jovem e desvirtuada... viva a Constituinte! Viva o De_corro Par_lamentar!!!

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 03/08/2009
Reeditado em 03/10/2017
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