SEXO
Quando você pensa em sexo o que vem a sua mente?
Prazer? Poder? Afeto?
Esta crônica pretende falar de sexo com franqueza, sem pudores e alguma profundidade.
Aviso a possíveis letores: é provável e perfeitamente possível que deteste o texto. Talvez, o considere uma "heresia".
Minhas idéias sobre as questões que envolvem o sexo ainda assim, permanecem em aberto.
Começar esta crônica me leva a pensar o início propriamente dito.
Quando bebês, nossos corpos entram em contato com a linguagem amorosa através dos cuidados recebidos. A memória afetiva grava as primeiras sensações prazerosas das carícias, alimento e aconchego dentro de um vínculo especialíssimo criado entre a mãe e o bebê.
Sexo e prazer, por sua vez, ocupam um espaço de intimidade, onde os corpos nus, e, portanto vulneráveis ao outro, buscam relembrar as primeiras lembranças afetivas prazerosas. Para um bebê (que é um ser completamente dependente) o mundo é ameaçador, mas, torna-se um paraíso nos braços seguros e ternos de quem o ama.
Os sentidos são despertados na mais tenra infância e se Freud vivesse em outro período, provavelmente teria sido queimado em praça pública ao revelar ao mundo que a criança possui sexualidade.
E a sexualidade é uma construção psíquica. (Enquanto para os outros animais, sexo é exclusivamente programação biológica para preservação da espécie).
E agora? Será possível entender que as questões sobre sexo podem ter sua origem na base do desenvolvimento da personalidade?
Suponho que seja tão mais simples negar ou atacar o pai da psicanálise. Chamá-lo de insano, ultrapassado, etc e tal... Mas o fato permanece, independente do rótulo que recaia sobre o homem que se debruçou sobre as questões que atormentam a alma.
A imoralidade não reside na base histórica da teoria psicanalítica, mas em enxergar algo negativo naquilo que é apenas e tão somente natural.
É absolutamente claro e óbvio que a criança não é consciente da dimensão, nem das implicações e conseqüências do prazer corpóreo.
Por isso, talvez, tanto alarde quando Freud construiu um dos pilares da teoria psicanalítica justamente sobre a sexualidade.
É completamente diferente afirmar a existência dessa construção psíquica a uma suposta consciência plena da sexualidade.
Falar de sexo nesta crônica deveria ser simples. Entretanto quem fala de sexo com verdade?
As pesquisas apontam para a desinformação. Questões de saúde pública esbarram no aumento assustador da gravidez na adolescência, AIDS prolifera em parceiros, principalmente mulheres, dentro de relações estáveis, insatisfação ou dor nas relações, disfunções eréteis, enfim, distúrbios das mais variadas ordens.
Sem mencionar os consultórios procurados por pessoas cada vez mais infelizes com seus corpos (e como obter prazer com uma fonte de tormentos?).
Sexo está ligado a muitas coisas. Entre elas, consciência e responsabilidade com o próprio corpo. O caminho do prazer não exclui uma postura consciente em relação aos comportamentos considerados de risco (cuidar de si mesmo e do outro é um dever sobretudo ético!).
Projeta-se no sexo questões de toda ordem. Poder é uma delas. Se pararmos para pensar no assédio sexual onde o agente é o chefe, provavelmente o gatilho do desejo fora de esquadro não passa tanto pelo desejo físico, mas pela sensação de poder.
Desloca-se para o sexo situações de compensação. Certos vazios levam indivíduos à compulsão e promiscuidade na tentativa de preencher suas lacunas emocionais.
Se fôssemos um país desenvolvido e comprometido com o bem estar dos seus cidadãos talvez, as escolas, televisões, propagandas e programas de saúde pública poderiam integrar-se no esclarecimento de todas as implicações que envolvem a atividade sexual.
Por isso, sexo nunca é só sexo.
Todos são livres para pensar (e principalmente, divergir).
E também para não pensar. Neste caso, sexo é só sexo.
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Quando você pensa em sexo o que vem a sua mente?
Prazer? Poder? Afeto?
Esta crônica pretende falar de sexo com franqueza, sem pudores e alguma profundidade.
Aviso a possíveis letores: é provável e perfeitamente possível que deteste o texto. Talvez, o considere uma "heresia".
Minhas idéias sobre as questões que envolvem o sexo ainda assim, permanecem em aberto.
Começar esta crônica me leva a pensar o início propriamente dito.
Quando bebês, nossos corpos entram em contato com a linguagem amorosa através dos cuidados recebidos. A memória afetiva grava as primeiras sensações prazerosas das carícias, alimento e aconchego dentro de um vínculo especialíssimo criado entre a mãe e o bebê.
Sexo e prazer, por sua vez, ocupam um espaço de intimidade, onde os corpos nus, e, portanto vulneráveis ao outro, buscam relembrar as primeiras lembranças afetivas prazerosas. Para um bebê (que é um ser completamente dependente) o mundo é ameaçador, mas, torna-se um paraíso nos braços seguros e ternos de quem o ama.
Os sentidos são despertados na mais tenra infância e se Freud vivesse em outro período, provavelmente teria sido queimado em praça pública ao revelar ao mundo que a criança possui sexualidade.
E a sexualidade é uma construção psíquica. (Enquanto para os outros animais, sexo é exclusivamente programação biológica para preservação da espécie).
E agora? Será possível entender que as questões sobre sexo podem ter sua origem na base do desenvolvimento da personalidade?
Suponho que seja tão mais simples negar ou atacar o pai da psicanálise. Chamá-lo de insano, ultrapassado, etc e tal... Mas o fato permanece, independente do rótulo que recaia sobre o homem que se debruçou sobre as questões que atormentam a alma.
A imoralidade não reside na base histórica da teoria psicanalítica, mas em enxergar algo negativo naquilo que é apenas e tão somente natural.
É absolutamente claro e óbvio que a criança não é consciente da dimensão, nem das implicações e conseqüências do prazer corpóreo.
Por isso, talvez, tanto alarde quando Freud construiu um dos pilares da teoria psicanalítica justamente sobre a sexualidade.
É completamente diferente afirmar a existência dessa construção psíquica a uma suposta consciência plena da sexualidade.
Falar de sexo nesta crônica deveria ser simples. Entretanto quem fala de sexo com verdade?
As pesquisas apontam para a desinformação. Questões de saúde pública esbarram no aumento assustador da gravidez na adolescência, AIDS prolifera em parceiros, principalmente mulheres, dentro de relações estáveis, insatisfação ou dor nas relações, disfunções eréteis, enfim, distúrbios das mais variadas ordens.
Sem mencionar os consultórios procurados por pessoas cada vez mais infelizes com seus corpos (e como obter prazer com uma fonte de tormentos?).
Sexo está ligado a muitas coisas. Entre elas, consciência e responsabilidade com o próprio corpo. O caminho do prazer não exclui uma postura consciente em relação aos comportamentos considerados de risco (cuidar de si mesmo e do outro é um dever sobretudo ético!).
Projeta-se no sexo questões de toda ordem. Poder é uma delas. Se pararmos para pensar no assédio sexual onde o agente é o chefe, provavelmente o gatilho do desejo fora de esquadro não passa tanto pelo desejo físico, mas pela sensação de poder.
Desloca-se para o sexo situações de compensação. Certos vazios levam indivíduos à compulsão e promiscuidade na tentativa de preencher suas lacunas emocionais.
Se fôssemos um país desenvolvido e comprometido com o bem estar dos seus cidadãos talvez, as escolas, televisões, propagandas e programas de saúde pública poderiam integrar-se no esclarecimento de todas as implicações que envolvem a atividade sexual.
Por isso, sexo nunca é só sexo.
Todos são livres para pensar (e principalmente, divergir).
E também para não pensar. Neste caso, sexo é só sexo.
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net