CASTELO DE ALMOUROL - A LENDA E A HISTÓRIA
O Castelo de Almourol localiza-se no rio Tejo, numa pequena ilha situada a norte de Santarém, a cidade onde vivo. Pertence á freguesia de Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha e distrito de Santarém.
Este pequena ilha com 310 metros de comprimento e 75 metros de largura, resulta de um afloramento de granito e não se sabe ao certo quando o castelo foi construido, mas em 1129 data da conquista deste local pelas forças portuguesas, já existia e era chamado de Almorolan, o que motiva a suposição de ter sido edificado pelos mouros.
O castelo foi em seguida entregue á ordem dos Templários, que o reedificaram , sendo as obras concluídas em 1171, conforme inscrição ainda visível sobre a porta principal. Como responsáveis pela defesa da capital do país, que na altura era Coimbra, este castelo fazia parte de uma linha defensiva que o unia ao Castelo de Tomar, sendo provido de torres e uma estrutura em tudo semelhante ao mesmo.
Quando foi extinta a ordem dos Templários e completa a reconquista cristã, o castelo foi sendo esquecido pelos séculos seguintes, até que no século XIX, com o Romantismo, o castelo foi redescoberto e alvo de obras que tiveram mais um cunho estético que prático, na busca pelos ideais medievais.
No século XX, o fascínio que o castelo exercia, estendeu-se ao Estado, que promoveu alguns eventos naquele espaço representativo das velhas tradições elutas dos guerreiros portugueses.
Mas como todos os locais antigos, o castelo tem as suas lendas. Uma das mais conhecidas refere-se a acontecimentos ocorridos pouco depois da reconquista, quando ainda conviviam nas mesmas terras, mouros e cristãos.
O castelão, D. Ramiro, era um guerreiro cruel, um homem violento e impulsivo, que odiava a raça invasora. Ele tinha uma filha chamada Beatriz, uma linda menina que vivia no castelo.
Um dia quando regressava das batalhas contra os mouros em direcção ao castelo, cansado e sedento, viu duas mouras que regressavam da fonte, com os seus cântaros de barro, cheios de água fresca, á cabeça.
Parou o cavalo e pediu de beber ás pobres mulheres que temerosas e aterrorizadas com o cavaleiro e o cavalo, se atrapalharam e deixaram cair as bilhas, que se partiram no chão derramando a preciosa carga.
Furioso D. Ramiro, atravessou com a sua lança as duas mulheres que morreram ali mesmo perante o olhar horrorizado de um jovem mouro que tinha acorrido ao local em socorro das duas, que eram a sua mãe e irmã.
D. Ramiro sem piedade, acorrentou o jovem mouro a quem levou para o castelo como escravo, colocando-o ao serviço da sua filha, Beatriz.
Mas o mouro jurou vingar a morte da mãe e da irmã, matando a esposa e a filha do impiedoso cavaleiro.
Daí a algum tempo, a esposa de D. Ramiro adoeceu com umas febres estranhas e acabou por falecer, consumando-se assim a primeira parte da vingança. Entretanto D. Ramiro sem desconfiar de nada, teve que partir para mais uma batalha, deixando Beatriz entregue á guarda do jovem mouro.
Este que se tinha apaixonado perdidamente por Beatriz, não teve coragem de a matar, pensando-se que lhe tenha contado toda a história e tenha obtido o seu perdão, pois também ela estava apaixonada pelo seu guardião.
Quando D. Ramiro voltou da batalha, não encontrou mais ninguém no castelo. De Beatriz e do mouro, nem sinal. O cavaleiro arrependido reconheceu os seus erros e prometeu emendar-se passando a ser mais piedoso.
Pelos séculos seguintes, consta que na mais alta torre ainda se vêm por vezes dois vultos abraçados, em certas noites escuras. São Beatriz e o mouro declarando o seu amor.
O Castelo de Almourol, foi declarado uma das sete maravilhas de Portugal. Se quiserem saber mais sobre este local encantado, acedam ao site oficial em:
www.castelodealmourol.com
E quando vieram para o Riabtejo incluam uma visita a este local no vosso roteiro. Podem crer que vale a pena. Eu já lá fui ao vivo e em imaginação. Podem crer que não me arrependi!