Cariocando (Parte II) Ilha de Paquetá
Depois da nossa recepcão e um leve planejamento do que faríamos no dia seguinte, fomos dormir.
Ficamos olhando da janela parte do que se podia ser vista do Rio. Não conseguimos dormir bem, a ansiedade, muitos dias fora de casa aliada com os nossos últimos dias no Brasil, isso nos tirava o sono. Vencidos pelo cansaco dormimos.
Quando levantamos, a avó de Camila me dissera que ela achava melhor visitarmos a Ilha de Paquetá, que a viagem era de barco e que iriamos gostar, pois o Rio estava coberta de nuvens, praia e Cristo neste dia seria frustrante.
Antes de vir para o Rio meu namorado deixou claro que gostaria de conhecer Copacabana e eu desejaria conhecer o Cristo Redentor. eu tenho conhecimento da existência de local esotérico nas proximidades do Crito Redentor e desejaria ir até lá.
Paquetá estava fora de dos meus planos até então e isto fora melhor do que a encomenda.
Com a imaginacão fértil que tenho já lembrei de um texto publicado de Arnaldo Agria Huss falando sobre Paquetá. Ao ler o artigo de Arnaldo mesmo ele focando o desrespeito com a natureza em Paquetá associada ao local bucólico não pude deixar a imaginacão parar de correr, tanto na leitura do texto de Arnaldo como agora com a possibilidade da realizacão de um sonho longíquo, vindo da leitura do livro "A Moreninha" e até assistindo a novela onde se podia ver pela tela da TV um local paradisíaco.
A novela fora exibida em 1975 e eu tinha apenas treze anos, ela alimentava meu sonho romântico que eu tinha por um garoto que era meu vizinho, estudara comigo desde a terceira série do ensino fundamental. Éramos inseparáveis, olhavámos um para o outro com interesse, mas meu sonho só tornou realidade quando eu tinha quinze anos, quando o beijei pela primeira vez e comecamos a namorar.
Caraca, o local foi inspiracão para o meu romance, sonhei com o local e agora depois de 34 anos eu irei ao mesmo local da minha fantasia com o meu namorado, este já não é mais o meu primeiro amor, mas quem sabe o o meu último amor?
Eu resolvi que iríamos de ônibus, ninguém me contextou, mas creio que me acharam uma louca, fomos de ônibus até o local onde se pode pegar o barco para a Ilha, tivemos que aguardar uns minutos e fomos comer pão de queijo num copo, meu namorado olhava para mim e eu creio que ele pensava que eu estava agindo como crianca ao lado de duas outras criancas (minha nora e sua irmã).
Entramos no barco fotografamos e a medida que ele ia se distanciando eu ia me decepcionando com com navios da Petrobrás, tornando poluido visualmente feio a baía de Guanabara, eu até esqueci que Arnaldo havia escrito sobre isto.
Ao chegar na ilha fomos recepcionados por um revoada de gaivotas, no texto de Arnaldo elas despedem e no meu elas nos cumprimentam.
Ao descer do barco, existe várias carrocas(taxi), mas optamos pelo passeio a pé, porque minha nora já conhecia o local e dizia ser possível andar a pé. Assim o fizemos, mas perdi boa parte do trecho percorrido dando desculpas aos carroceiros que ficaram sem turistas e tentando nos persuadir a andar com eles, meu namorado não entende o português, minha nora e sua irmã são jovens nem perde tempo com isso, mas eu achava triste ouvir alguém falando com alguém que não dá a menor atencão e por fim os carroceiros nos acompanhavam, falando do local como guias turíscos (que são), cheguei a tal pedra da Moreninha, a vista é fantástica, o local é maravilhoso e fotos também ficaram lindas.
Ao sairmos de lá eu estava morta de fome e precisava comer algo, procuramos por restaurantes na cidade, mas teríamos que retornar, porque o centro comercial da cidade funciona somente onde se desembarca. Eu desejava encontrar um local para comer sem voltar para trás. Fui perguntando aqui e ali até encontrar um local na Casa de Arte de Paquetá, ao lado da chácara da Moreninha, a vista para o mar é linda, sentamos e comemos, fomos servidos por Cleide uma moca simpática a qual nos recebeu com todo carinho.
Ficamos encantados com a maneira simples e peculiar de servir os turistas.
Cleide nos serviu um prato chamado "história de pescador" ele é feito com camarão refogado no urucum, escondidnho no creme de aipim e gratinado com parmesão. Vale a pena conferir o carinho de Cleide.
Como andamos pudemos desfrutar de várias fotos em locais que eu creio que os carroceiros não passaram.
Também não senti o cheiro de Merda de cavalo, talvez porque quando Arnaldo visitou a ilha havia um desprezo maior pela conservacão e espero que o texto dele tenha feito a diferenca, mas as águas ainda são poluídas.
Voltamos ao entardecer, o céu era lindo, não pudemos desfrutar do espetáculo do pôr do sol também citado no texto de Arnaldo.
Mas voltamos com imagens inesquecíveis que nos faria um dia retornar na Ilha de Paquetá.
carinhosamente.