ESCRITO EM ABRIL

ESCRITO EM ABRIL, DESCARTADO

Com dificuldade de levantar o corpo da cama. Cabeça pesada.

Costuma-se dizer cabeça pesada ou cabeça livre, leve, Quem a sente é que sabe o que quer dizer.Ou porque estou velha, ou porque estou triste. Se crônica fosse, seria:

TRISTE

É o que exprime mais em um dia de abril. Triste por diversas razões.

A cabeça, os olhos e os pensares, por trás desses olhos, é que podem dizer o que seja. A minha tristeza é demorado dizer.

Prefiro dizer que a única coisa que me faz sorrir é a alegria dos meus selinhos que surgem e se alvoroçam na varanda. Inocentes, puros pássaros vivem a vida que Deus lhes deu, animadamente, alegres, indo e vindo da galharia da pequena árvore que os abriga à vasilha de água doce com quatro flores coloridas conhecidas deles, onde metem o biquinho e saboreiam a água doce, interrompendo como prontos a fugir, se alguma ameaça os possa atingir. E têm razão, pois há aquele beija-flor grande, o chefão da área, do qual todos fogem.

Fora isso, nada me faz sorrir. Fico só pensando, observando, sem querer. Não há o que e nem quem possa participar.

Nasci num domingo de Páscoa e isto me fazia feliz, Agora não mais. Os anos passados são tantos, que isto não é mais prazeroso lembrar.

Faltou-me o amor realizado, ao longo de toda a vida.

Eu amava tudo sem saber.

Mas nunca era amada, e sabia.

Parecia normal.