Cariocando (parte I)

Entre despedidas e choros fui andando de costas, jogando beijos dados na mão e assoprados aos meus netos e desenhando coracão no ar com a ponta dos dedos (isso quem me ensinou foi meu neto Leo), gestos eram retribuidos por todos e eu me perdi e não pude mais olhar só para Leonardo.

Meu namorado me abracava preocupado comigo e as mocas do check in, provavelmente devem ter pensado que minha viagem era por "morte".

Entramos no avião subindo escadas, pela primeira vez eu estava andando em um avião pequeno, todos podiam talvez escutar o meu choro e o que eu e meu namorado falávamos.

Eu olhava "Ribeirão Preto" toda Iluminada e no meio de milhares de pontos de luz deixados para atrás , duas delas indicaria a casa da minha filha e a casa do meu filho. Eu estava deixando parte de mim em Ribeirão, talvez a minha maior parte.

Me ocorreu na mente uma frase que uma vez recebi num cartão juntamente com um presente do dia das mães de uma diretora de uma escola onde eu dei aulas: "Ser mãe é ter o coracão fora do corpo". Isso mesmo, desde que minha filha nasceu meu coracão nunca mais esteve no local certo.

Meu coracão apertava, uma mão invisível apertava minha garganta e uma cascata declinava em meus olhos.

Meu namorado me apertava em seu ombro e só parei de chorar, quando olhei para sua camiseta e comecei a rir. Ele estava todo molhado e ele me dizia: "inga problem älslkling" rimos juntos e logo meu coracão se acalmou.

A hora mais rápida da minha vida aconteceu, logo a comissária de voô anunciara a aterrissagem e eu olhei da janela para ver o Rio de Janeiro do alto, mas nada tudo escuro, eu olhava incessantemente por todas as janelas e nada.

"Cadê as Luzes do Rio?". - Nada!

Me ocorreu uma piadinha que uma vez em uma festa de amigos, e aqueles amigos bêbados querendo aparecer surge com uma sem graca, vou escrever o que lembro dela, porque sou péssima em piadas e também me sinto mal em rir com as "des- gracas" alheias:

"Viajava um francês, um americano e um brasileiro. Os três contavam vantagens em saber sobre o seu país só de colocar a mão fora do avião.

O americano coloca a mão e diz sobrevoar Nova York, porque sua mão tocou a Estátua da Liberdade, o francês em seguida diz estar sobrevoando Paris, porque tocou a Torre Eiffel, e o próximo viajante - ouvi a piada esperando o brasileiro ter tocado Cristo Redentor e o que ouco, quando o brasileiro foi interrogado em como saber estar sobervoando o Rio, ele respondeu: "roubaram meu relógio".

Pensei na infelicidade de ouvir isto e relembrar, mentalizei um passeio totalmente feliz, sem problemas afinal quando se fala em Brasil aqui fora, logo se pergunta do Rio de Janeiro.

Voltei a procurar luzes e o Cristo, devia ser lindo ver o Cristo de cima. Mas nada, a cidade estava tomada de nuvens e só podia se ver uma clarão único, mas não me frustrei, eu ainda tinha o retorno para a Suécia eu veria o que desejava neste momento.

Descemos do avião pude enxergar através dos vidros uma figura linda, andava solta e nos acompanhava olhando para nós - Era minha nora que tinha ido para o Rio na casa de seus avós antes e estava no aeroporto com seu avô nos esperando.

Nos apresentamos ao Sr. Francisco (avô da minha nora), conversamos muito e ele ia falando do Rio e de suas belezas nos excitando mais e mais a esperanca do dia seguinte para passeios inesquecíveis.

Depois de longa conversa, apresentacões de lugares onde se podia ver do carro e a noite, meu namorado pergunta à sr. Francisco:

"O Rio é muito violento?" Ele respondeu que não, que o Rio era tranquilo e que era vendido uma imagem errônea sobre o Rio. Me ocorreu um pensamento: "Talvez seja vendida esta imagem apenas para atrair turista pela curiosidade da violência". Me ocoreu também um livro que li aqui na Suécia "Os Falcões", pensei na Cidade de Deus onde era falado muito no livro e eu sentia como se estivesse dentro do local, mas o livro falava exatamente de violência urbana e eu fiquei confusa entre violência e calmaria.

O trânsito era intensivo e sr. Francisco resolveu pegar uma tal linha colorida, não lembro mais se era vermelha ou amarela, deve ser a amarela porque fiquei amarela de medo no momento em que policiais nos pararam com quatro metrelhadoras apontadas para nós.

Os policiais, questionava para onde íamos o que fazíamos ali e nos orientavam que quando encontrasse um comando policial que desligasse as luzes para facilitar a operacão policial. "Ai! um frio me correu pela espinha ao ouvir esta frase - OPERACÃO POLICIAL.

Ao chegar em casa após as apresentacões à mãe de minha nora, sua avó, suas irmãs e irmão, fora servido o jantar e na mesa comentávamos o ocorrido.

Minha nora ficou brava com seu avô por dizer que o Rio era tranquilo e em seguida acontecer dos policiaisi nos parar com metralhadoras. Meu namorado foi questionado se ficara com medo e ele respondeu: "Não, fomos parados por policiais." e eu logo contrariei: "Amor, estamos no Brasil, mas precisamente Rio de Janeiro e aqui você deve ter mais medo de policiais do que de bandidos."

"Não, eles são homens da lei".

"Na Suécia, ou o resto do mundo sim. É lamentável mas no meu país, é mais provável você ter a piedade de um bandido do que de um policial.". (***Não sou eu que tenho piedade de bandido, mas o bandido ser piedoso ao nosso clamor***)

Caríssimos leitores, vocês devem me criticar neste momento por falar mal de nosso policiamento, não generalizo porque tenho amigos policiais honestos e tenho amigos desonestos, eu dei aulas nas favelas e sei da prostiuticão policial, e sei também da prostituicão policial com estrangeiros no Norte de nosso país, onde eles deveriam ser respeitados por estar elevando o índice de emprego e no entanto os turistas são roubados e se afugentam de locais onde eles foram roubados pela própria polícia.

Poderei mais tarde escrever sobre isso.

Aqui eu visto a camisa verde e amarela e falo bem de nosso país e ensino como evitar a corrupcão de policiais e fugir da violência.

Carinhosamente

gisaonline
Enviado por gisaonline em 02/08/2009
Reeditado em 05/08/2009
Código do texto: T1732307
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