A dor da alma
A dor da alma
Mª Gomes de Almeida
Existem doenças e doenças.
E na minha ignorância creio que talvez as possamos dividi-las em doenças psicológicas e doenças físicas (não entendo nada de medicina, de psicologia) arrisco falar como leiga que sou. Portanto sem nenhuma fundamentação nos ícones da referida área.
Ouso aqui tentar falar das doenças da alma que muitos casais sofrem ao longo do relacionamento conjugal. Muitos nem sabem que estão e são doentes e vão tocando a vida tristemente, solitariamente, agressivamente.
Vida? Será que podemos chamar a isso de vida?
Dentre aqueles que estão muito doentes estão os que se agridem fisicamente e depois fingem que nada aconteceu, ou que nada acontece e vivem “alguns” dias e até meses como se estivesse tudo bem, até que outro problema surja e tudo volta a acontecer.
Esse tudo a que me refiro deixa hematomas na alma, no coração e no corpo. Suponho que ninguém a ser não o agredido saiba o tamanho da dor, embora provavelmente não se saiba o quê dói mais se o físico ou emocional.
Existem também os doentes que se agridem verbalmente, estes também conseguem com o tempo “fingir” que está tudo bem, e que nada aconteceu.
É... o termo é esse mesmo, vivem-se de fingimentos enquanto isso almas e corações doentes, muito doentes. Doentes talvez pelo resto de suas vidas.
Apesar de fingirem, de tentarem alguns desejam retomar suas vidas e aí percebem como é terrivelmente difícil sair, como é difícil recomeçar, reviver.
Voltar a viver! Após longos anos doentes somos tomados pelas dificuldades. Dificuldades em voltar à vida tantas vezes desejada.
Será que isso faz parte da doença ou somos apenas mais um covarde que vaga por aí sem rumo e sem direção?
Que vaga por aí com medo, com muito medo de se dar o direito de ser feliz..
Neste vai não vai, fica não fica, percebemos que somos culpados por estamos tão doentes, e que somos responsáveis por esse recomeço seja ele como for.
Precisamos nos deixar voar e fazer com quê o outro voe também, precisamos entender que esse relacionamento nada mais é que uma prisão.
Chantagens e culpas também é parte do mesmo mal.
Depois do amor nos chantageamos, nos culpamos, nos desentendemos e até nos odiamos.
Estamos tão doentes que insistimos no erro, erro em querer tentar, erro em acreditar que será diferente, erro em querer dar mais uma chance, erro em duvidar que somos capazes de ser feliz.