Se...?
Entre a incerteza e a tentativa, meus sentimentos sempre estarão confessos...
Sinto o quanto as respostas me saciam a sede, me dão o fôlego, permitem um sono mais tranquilo, me tornam completa por não preferir a dúvida, a incerteza, o quase, o talvez...
Conjunções condicionais, pretéritos imperfeitos, um futuro com o tal gosto do pretérito? Decididamente "essa gramática" me inquieta...
Há o tempo ideal pra cada palavra, cada escolha, cada atitude confessa e transparente? Sim, não duvido... Mas também não jogo para o tempo a culpa da hesitação, do passo para trás, das possibilidades soltas ao acaso, da realidade sempre coberta na neblina.
Muitos preferem a ilusão do “talvez”, a suposição do “se” e a conclusão do “quase”. Praticamente colecionam universos paralelos pela resistência ao “tentar”.
Não consigo... Ao menos não por muito tempo... Prefiro a entrega e transparência, a sinceridade sem disfarces, os efeitos colaterais de uma dolorosa desilusão ou a muda incompreensão, que a constante presença do provável indefinido.
Não digo que é o caminho mais fácil, os atalhos levam para uma verdade aparentemente indiscutível, ganha-se o bônus da vida real e perde-se a figurada. Mas quem disse que a vida não é melhor que um conto de fadas? No fim do seu arco-íris pode ter o pote de ouro que você nunca acreditou, só existe coragem quando se supera o medo. A fé move montanhas, mas é o passo à frente que nos leva até elas.