A PRIMEIRA VEZ
Meu primeiro vestido longo. Branco. Fios azuis e dourados contornavam pequenas flores numa espécie de moldura para a roupa. O nome deve ser passamanaria, mas nunca fui boa com esses termos.
Era minha primeira comunhão. E me sentia uma atriz com direito a figurino e ensaios com as outras crianças da escola. As cenas repetidas à exaustão. Tudo teria que ser perfeito.
Confessso, eu me divertia.
Será que não podia?
Aqui entre nós, o que mais impressionou era o semblante da minha professora! Aquela paciente criatura já não sabia o que fazer diante da minha recusa em confessar:
- Eu não tenho nada errado para contar para o padre!
Ela ponderou:
- Todos nós erramos! Pense melhor!
- Mas eu não faço nada errado!
- Pois confesse isto! É uma mentira!
E aos oito anos, respondi:
- Eu não minto. Às vezes, invento! Só um pouco!
Acho que esta foi minha primeira comunhão com a palavra.
(*) Foto: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Meu primeiro vestido longo. Branco. Fios azuis e dourados contornavam pequenas flores numa espécie de moldura para a roupa. O nome deve ser passamanaria, mas nunca fui boa com esses termos.
Era minha primeira comunhão. E me sentia uma atriz com direito a figurino e ensaios com as outras crianças da escola. As cenas repetidas à exaustão. Tudo teria que ser perfeito.
Confessso, eu me divertia.
Será que não podia?
Aqui entre nós, o que mais impressionou era o semblante da minha professora! Aquela paciente criatura já não sabia o que fazer diante da minha recusa em confessar:
- Eu não tenho nada errado para contar para o padre!
Ela ponderou:
- Todos nós erramos! Pense melhor!
- Mas eu não faço nada errado!
- Pois confesse isto! É uma mentira!
E aos oito anos, respondi:
- Eu não minto. Às vezes, invento! Só um pouco!
Acho que esta foi minha primeira comunhão com a palavra.
(*) Foto: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net