PODEMOS SER VIOLENTOS EM PEQUENAS COISAS
Meu filho é inventariante do espólio do pai, cujos bens são em comunhão de bens comigo, e quase nada fez já passados cerca de três anos. É compreensível até certo ponto, por muitos motivos. O advogado do inventário é do tipo “Incompetente e nada faz”; os filhos sofreram e ainda sofrem com a morte do pai; a irmã não pode ouvir falar na frente dela qualquer assunto referente ao espólio e aos bens; nesse período ele saiu da faculdade de História; pediu demissão do trabalho em que era gerente de uma livraria por oito anos, mas não era reconhecido seu valor, ou seja, ficou desempregado e sem dinheiro. Um apartamento de quatro quartos e bem situado, foi deixado fechado, sem conservação e sem pagar os condomínios de valor bem alto, ou seja um prejuízo no imóvel e uma preocupação a mais e o estresse.
Quando vi que o caso estava se complicando e demoraria, ponderei que eu podia morar lá, não teria medo nenhum, e poria o imóvel em boas condições, e seria uma economia de gastos, mas tal foi veementemente proibido pelos filhos. Propus então de mandar pintar o imóvel, alugá-lo e já ir abatendo o condomínio acumulado no valor do aluguel.
O filho foi ficando financeiramente sem condições materiais e passei a dividir com ele a minha pensão por morte até ele arranjar um emprego. Falei pra ele: “eu agüento até vc arranjar trabalho”. De vez em quando, abordávamos os problemas de ordem prática do inventário, sem resultado. Até que, recentemente ele não agüentou mais e, inesperadamente me passou as chaves do apartamento dizendo “toma, fica com você” e se foi pra casa dele. Foi chocante quanto inesperado. Pra mim foi um peso interrompendo meus escritos. Pendurei as chaves na parede da cozinha. Pensaria como resolver a questão. Essa explanação foi feita para chegar ao ponto em que, por tais razões, acumula-se um estresse desnecessário. A filha está muito bem agora, me dando até apoio emocional com sua alegria e carinho, telefonou como de hábito e, no meio do papo, deixei escapar palavras que saíram da minha boca, silenciadas até então, e que talvez nem havia motivo de ser mencionado naquele momento, mas uma coisa de dentro escapuliu:
“Seu irmão deixou as chave do apartamento comigo...”
Ela silenciou.
Continuei combinando outras coisas que vínhamos falando e estávamos programando. Logo depois desligamos.
Dei-me conta que podemos ser violentos em pequenas coisas.
Mas o leite fora derramado. Qual é o mal de que somos constituídos?
Quanto desconhecemos de nós. O amor pode ser cuel.
Meu filho é inventariante do espólio do pai, cujos bens são em comunhão de bens comigo, e quase nada fez já passados cerca de três anos. É compreensível até certo ponto, por muitos motivos. O advogado do inventário é do tipo “Incompetente e nada faz”; os filhos sofreram e ainda sofrem com a morte do pai; a irmã não pode ouvir falar na frente dela qualquer assunto referente ao espólio e aos bens; nesse período ele saiu da faculdade de História; pediu demissão do trabalho em que era gerente de uma livraria por oito anos, mas não era reconhecido seu valor, ou seja, ficou desempregado e sem dinheiro. Um apartamento de quatro quartos e bem situado, foi deixado fechado, sem conservação e sem pagar os condomínios de valor bem alto, ou seja um prejuízo no imóvel e uma preocupação a mais e o estresse.
Quando vi que o caso estava se complicando e demoraria, ponderei que eu podia morar lá, não teria medo nenhum, e poria o imóvel em boas condições, e seria uma economia de gastos, mas tal foi veementemente proibido pelos filhos. Propus então de mandar pintar o imóvel, alugá-lo e já ir abatendo o condomínio acumulado no valor do aluguel.
O filho foi ficando financeiramente sem condições materiais e passei a dividir com ele a minha pensão por morte até ele arranjar um emprego. Falei pra ele: “eu agüento até vc arranjar trabalho”. De vez em quando, abordávamos os problemas de ordem prática do inventário, sem resultado. Até que, recentemente ele não agüentou mais e, inesperadamente me passou as chaves do apartamento dizendo “toma, fica com você” e se foi pra casa dele. Foi chocante quanto inesperado. Pra mim foi um peso interrompendo meus escritos. Pendurei as chaves na parede da cozinha. Pensaria como resolver a questão. Essa explanação foi feita para chegar ao ponto em que, por tais razões, acumula-se um estresse desnecessário. A filha está muito bem agora, me dando até apoio emocional com sua alegria e carinho, telefonou como de hábito e, no meio do papo, deixei escapar palavras que saíram da minha boca, silenciadas até então, e que talvez nem havia motivo de ser mencionado naquele momento, mas uma coisa de dentro escapuliu:
“Seu irmão deixou as chave do apartamento comigo...”
Ela silenciou.
Continuei combinando outras coisas que vínhamos falando e estávamos programando. Logo depois desligamos.
Dei-me conta que podemos ser violentos em pequenas coisas.
Mas o leite fora derramado. Qual é o mal de que somos constituídos?
Quanto desconhecemos de nós. O amor pode ser cuel.