A ética profissional está podre

Meu pai foi advogado e, até onde sei, nunca perdeu uma causa, simplesmente porque ele somente defendia pessoas que não fossem comprovadamente culpadas, ou então que tivessem sido injustiçadas ou perseguidas, muitas vezes com o recebimento de honorários irrisórios, pois dinheiro nenhum o fazia lutar pela inocência de alguém que tivesse cometido atos ilícitos, mesmo porque ele acreditava plenamente na justiça, na honestidade e, principalmente, na ética profissional. Não estava na sua índole usar os escaninhos da lei para livrar um criminoso das malhas da justiça, o que lhe custou problemas de perseguição e ameaças por parte de mafiosos e contraventores, mas não o bastante para dobrá-lo.

Hoje, estou apto a declarar que pautei minha vida profissional exatamente na mesma “cartilha” do meu genitor - por quase quarenta anos militei na área administrativa, financeira e contábil, em sua grande parte na gerência de controladoria, onde sempre procurei a lisura com o trato dos patrimônios das empresas sob minha responsabilidade. Fui o causador direto da destituição de dois diretores de empresas multinacionais, sendo um deles o próprio presidente no Brasil, por desvio de conduta profissional. Em outra ocasião, fui o articulador da detenção de um gerente e vários funcionários, que estavam furtando materiais de alto valor, através de um esquema de vendas de sucatas, isto porque sempre me mantive “ligado”, farejando nas entrelinhas a possibilidade de irregularidades escondidas no meio de indícios e de números discrepantes. Acredito não ser preciso dizer que sofri pressões, achaques, ameaças e até assédios de corrupção, porém mantive meus princípios de ética profissional até o fim, sempre nos moldes da herança paterna, o que me confere, na aposentadoria, a certeza do dever cumprido e da total isenção de culpas ou de “rabo preso”; isto é muito gratificante e rejuvenescedor – não há dinheiro que pague – por isso me considero espiritualmente milionário, com força moral para enfrentar qualquer tipo de julgamento.

Atualmente, há a demonstração explícita de que a ética profissional chegou a um grau de podridão além dos limites, onde o maior dos exemplos está justamente com determinados advogados, que se dão o desplante de defender enfaticamente a inocência de traficantes, contraventores, assassinos, contrabandistas, estelionatários, políticos corruptos, e por aí segue o andor, somente porque estes são os caras, “donos” do dinheiro. É esse mesmo dinheiro deteriorado que “ajuda”, em muitos processos, a decisão de alguns juízes de direito a favor desses quadrilheiros. _Tudo isso exala uma fedentina insuportável, mesmo para aqueles que tenham apenas alguns resquícios de moral e ética.

Outro típico exemplo de bazófia profissional está nas mãos da maioria sindicalista, cujo trabalho, nos dias de hoje, é fazer muito “barulho” para se promover perante os trabalhadores, para receber toda sorte de benesses destes incautos, principalmente com o objetivo de galgar postos políticos e para manter o próprio emprego em alta, à custa dos impostos pagos por aqueles que realmente trabalham. A maioria desses militantes sindicais é arruaceira, perniciosa, incoerente e “cara-de-pau”. Acho que fica fácil enumerarmos mais e mais categorias profissionais, onde podemos encontrar grande número desses infelizes, até mesmo dentro da classe médica, policial, farmacêutica, comercial, pública etc.

Pois é, será que ninguém percebeu ainda a iminência do final dos tempos, por tudo o que tem acontecido, provocado pela aceleração da influência energética cósmica, ocasionando no aumento de violências, de doenças, de dificuldades financeiras e, principalmente, da aparente desorganização tanto meteorológica como sismológica, tudo isso em proporções mundiais, sem distinção entre o rico e o pobre? Será que ninguém percebeu ainda que a falta de ética profissional também é responsável pela bagunça generalizada, causadora do aquecimento global? Dá-me a impressão nítida de que estou pregando no deserto, apenas para uma pequenina plateia de seres pensantes! _Na realidade, estamos mesmo é navegando em uma nau sem rumo!

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 30/07/2009
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