É shojo ou é daijo?
O titulo de hoje pode parecer, no mínimo, muito estranho, não é mesmo? Vou lhes dar uma dica – vejam minha crônica 'O Cruzeiro do Equilíbrio', onde procurei mostrar o significado das palavras japonesas “shojo” e “daijo”.
O cruzeiro equilibrado leva o nome de “izunomê”, em japonês, que representa uma cruz, cujas hastes horizontal e vertical têm exatamente o mesmo tamanho, dando a noção de dois diâmetros de uma circunferência, perpendiculares entre si. Esse desenho tem a simbologia de algo que está em perfeito equilíbrio, não pendendo para quaisquer dos lados como: esquerda ou direita, espírito ou matéria etc..
Shojo quer dizer estreito, restrito, rigoroso, representando a união entre a Terra e o infinito, portanto trata-se da haste vertical da cruz; daijo quer dizer largo, abrangente, permissivo, representando todo o nível terráqueo, logo é a haste horizontal. Ora, shojo então nada mais é do que o lado espiritual, como elo do homem com Deus e daijo, o lado físico, como ligação entre os seres viventes no Planeta. Podemos então concluir que, por exemplo, fé shojo é aquela que pende unicamente para o lado abstrato e místico da religiosidade fanática, sempre no sentido da louvação a divindades, com sentimentos egoístas e de desprezo pela vida material e por tudo que ela represente, pensando unicamente na própria salvação e a de seus familiares. Já fé daijo é aquela que tem a pendência para agir de acordo com o próprio ponto de vista, sempre colocando a força humana para a resolução de problemas, sejam os seus ou os dos seus próximos, deixando para segundo plano qualquer orientação de cunho espiritual. Essa fé peca pelo excesso de indulgência entre as pessoas, a ponto de criar sentimentos de revolta contra as divindades, conforme surgem processos de purificação, como doenças, miséria e conflito, simplesmente pela prisão a tudo que só esteja de acordo com a ciência materialista e com os progressos tecnológicos. Em ambos os casos, o conceito de bem e mal estão distorcidos, pois o bem de shojo passa a ser o mal de daijo e vice-versa, o que desequilibra quaisquer pontos de harmonia e de equidade entre as pessoas e as situações. O extremismo, seja pra que lado for, só cria condições propícias a polêmicas, exageros, fanatismo, desmandos e até guerras – tomemos como exemplos as Cruzadas, o Nazismo e o Comunismo, com suas mazelas, capazes de destruir a dignidade de uma nação inteira e até de mexer com a paz mundial.
Outro exemplo marcante, mostrado em novela da noite, é as atitudes shojo do povo indiano, dando mostras de absurdas superstições e rigorosidades religiosas incongruentes, logicamente baseadas em interpretações distorcidas dos ensinamentos budistas, para servirem às conveniências dos mais poderosos. A valorização extremada das castas privilegiadas e o preconceito irracional pelos irmãos das linhagens consideradas desprezíveis são o retrato puro de uma nação retrógrada, fechada em suas tradições antediluvianas, a ponto de, em pleno terceiro milênio, colocarem a figura da vaca como divindade, acima da cidadania dos homens!
Por outro lado, as atitudes daijo de algumas nações nórdicas, cuja permissividade à prostituição, ao amor livre e ao uso indiscriminado de drogas alucinógenas, também estão criando condições propícias a eventos desastrosos ao extremo, lembrando o acontecido com Pompéia, Sodoma e Gomorra, que no auge do bacanal político, social e moral, foram apanhadas por destruidores cataclismos naturais, vindo a desaparecer do mapa, juntamente com todos seus moradores. Tudo aconteceu pelo desequilíbrio entre o daijo e o shojo, ou seja, a espiritualidade desses povos havia chegado a uma condição tão lastimável que a natureza entrou em ação, provocando um processo de purificação violento, para que houvesse a concretização do equilíbrio original, entre o espaço espiritual e o material.
_Amigos, se quiserem alcançar sucesso em suas vidas profissional, familiar, social, religiosa e cultural, mantenham sempre as atitudes de izunomê, não se deixando levar pelo extremismo de shojo ou de daijo, ou seja ”nem tanto à Terra e nem tanto ao Céu”.