Desejo e Capitalismo

Segundo Schopenhauer e o budismo, o Desejo é a fonte de todo o sofrimento, faz parte da sua natureza humana. Por um lado motiva o homem a lutar por um objetivo, porém, quando este é alcançado, cessa a motivação e a expectativa do prazer, tendo que então, criar um novo objetivo para alcançar um novo prazer. Daí a coisa não tem fim.

Isso, de certa forma, explica um pouco do comportamento humano. Uns amam um novo amor de seis em seis meses, quando a conquista se dá, acaba o tesão. Outros estão sempre insatisfeitos no trabalho, assim que conquistam uma posição, perde a graça, começam tudo de novo. Tem pessoas que compram compulsivamente, é um desejo em cima do outro e dívida pra todo o lado.

Por outro lado, sem desejo, o que seria do Capitalismo? Capitalismo é desejo puro. E já que poucas pessoas podem trocar de amor seguidamente ou trocar de emprego a toda hora, olhe lá conseguir manter o que se tem, o caminho, portanto, é comprar. O comércio e a indústria atiçam o tempo inteiro os nossos desejos com campanhas de marketing milionárias para comprarmos seus produtos. E o pior, conseguem! Compramos muito além do que precisamos. Compramos porque o outro comprou. Compramos porque não pensamos se realmente precisamos daquilo. Compramos porque já estamos acostumados a comprar. Compramos por comprar.

O triste de tudo isso é que o Socialismo não tem muita chance não. As pessoas precisam competir entre si para se sentirem motivadas. Você pode não ter um carro hoje, mas necessita sonhar que amanhã conquistará um e levará a sua família para a praia. Mesmo que o sonho não aconteça, ainda assim, você sonhou.

Por isso vale um alerta: - Já que o desejo está nas entranhas do ser humano, saibamos controlá-lo, saibamos utilizá-lo a nosso favor e de preferência para que sejamos felizes, com paz e com pouca dívida pra pagar, porque depois o banco não vai perdoar a sua natureza.

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