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REDESCOBRINDO-SE MULHER...


Antes era apenas eu. O centro de tudo. Meu mundo girava em torno de mim, das minhas vontades. Eu sentia mesmo a senhora do meu destino. Depois quando vieram, o holofote voltou-se para eles e fui me anulando para que aparecessem mais do que eu. Foi uma renúncia sem dor, foi por amor, um amor nunca antes provado...

Com a chegada dos filhos sem que percebesse ou sentisse, fui esquecendo de mim, me colocando em segundo ou terceiro plano. Quase me apagando como uma pintura muito antiga que precisa de uma boa restauração. Estava tão envolvida em atenções e necessidades deles que
me tornei apenas mãe esquecendo-me de ser mulher. Fiquei tão cega de cuidados, de amor excessivo que abdiquei das vaidades, das próprias vontades até mesmo dos prazeres que a vida oferece.

Antes deles, eu era uma mulher. Depois deles, me tornei um projeto de mulher com o único propósito de satisfazer-lhes os desejos, os caprichos. Tinha tanta preocupação em ser boa mãe e não percebia que estava perdendo minha identidade. Atualmente procuro recuperar a mulher que quase desapareceu em mim.

Os filhos agora um pouco crescidos e caminhando com suas próprias ideias, o olhar antes exclusivo para eles, retorna para Joana que, sem as vestes de mãe, se redescobre num momento em que surge um novo eu dentro da mesma mulher...