Uma aldeia, um violão

Donzela intocável, musa eterna

Navega a lua cheia pelo céu noturno

Bela canção no interior de uma taberna

Toca-a um jovem com seu violão oportuno

Não faz muito que as luzes se acenderam

Naquela bucólica aldeia das Minas Gerais

Na taberna na verdade nem todos beberam

Mas cantaram e comeram como meros animais

Trabalhadores cansados ao fim de longo dia

Andarilhos ou viajantes comuns deliravam

Sorriam ou choravam ouvindo a doce melodia

Seduzidos pelas belas mulheres, sonhavam

Do lado de fora, gente comum em cada porta

Passando o tempo ou jogando conversas fora

Tal qual uma praça, se via ao fundo bela horta

Canteiros de alface, violetas, parecia uma flora

Mas chegou a madrugada com ventos tão frios

Que até a lua se escondeu por trás do monte

Somente se ouviam as águas mansas dos rios

Nem mais se avistavam as luzes do horizonte

Harock
Enviado por Harock em 28/07/2009
Reeditado em 02/03/2021
Código do texto: T1723929
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.