A Sinfonia da Vida
É matéria de toda a nossa existência a elaboração do que desejamos ser, a despeito de quem pensamos ser, e principalmente, de quem realmente somos.
No decorrer da montagem desta orquestra, na qual nos transformamos, vamos incorporando novos instrumentos, que nos propiciarão a descoberta de outros sons, capazes de produzir novas melodias em nossa existência, num processo que nunca cessa, do início ao fim da nossa vida, de maneira que jamais teremos a formação completa da orquestra.
Em contrapartida, se para sempre seremos uma orquestra incompleta, a partitura do viver não exige que sejamos virtuoses em todos os instrumentos, mas sim que saibamos perceber a importância do som de cada um deles, para que possa ser executada uma melodia harmônica em nosso cotidiano.
Haverá momentos, onde nos depararemos com dissonâncias, como se não pudéssemos executar as notas que compõem a harmonia daquele concerto. Mas dissonâncias são partes importantes da música!
Haverá instantes, onde as claves abraçarão nossas mãos, dedilhando-as, como se delas fossem continuidade e seremos embalados pelo prelúdio da felicidade. Cabe-nos então abandonarmo-nos a carícia desta pauta que os céus nos oferecem em forma de melodia.
E é por nunca conseguirmos ser uma orquestra completa, que desenvolvemos essa divina capacidade de constante aprimoramento entre uma apresentação e outra, durante a execução desta grande sinfonia chamada VIDA!
Fernanda Guimarães
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