Férias

Certa vez estava andando pelas ruas do centro da cidade em busca de um sebo quando de repente deparo-me com uma figura conhecida: era meu professor de economia... embriagado. Ora, isso não seria de assustar olhando-se o caso isoladamente, porém eu só me lembrava de que este mesmo indivíduo era o mais exigente de todo o corpo discente e que muitas vezes gabava-se de seu teor moral etc. Bem que eu tentei passar de longe, mas não teve jeito. Ao ver-me gritou logo com um sorriso etílico nos lábios " Tiago, "fi duma égua" chega pra cá, macho, bora tomar uma!" Constrangido fui apertar-lhe a mão e disse-lhe que não bebia. Acontece que eu tenho em mim um pouco da sinceridade do Brás Cubas e diante de uma oportunidade daquelas não poderia ficar calado.

-Mas Professor- Disse eu- O senhor nesse estado... logo o senhor, rapaz!

- "Home", eu passo o ano todinho sendo o durão- Disse-me rindo- Eu também mereço férias...

Ainda hoje rio deste episódio, mas isso não quer dizer que ele esteja ao todo errado. Para muitas pessoas o mês de julho representa um paraíso. Após um semestre inteiro de trabalho duro, entre outras atividades e ócios repentinos, as férias nos chegam. Sorrindo ou chorando, mas chegam.

É o período em que temos a liberdade de acordar tarde, de viajar, de relaxar e até de ser burros. Enfim, nos damos os direito de dizer não aos estudos e às durezas da vida. Se bem que nem sempre elas nos trazem um alívio. Quem já passou uma tarde inteira de tédio sabe do que estou falando. Outro lado não muito empolgante é que ao final do mês das férias as contas chegam pra desesperar nossas vidas como se dissessem "Prazer em lhe ajudar, amigo consumidor, mas não se esqueça que uma mão lava a outra".

Como diria Murphy, as aflições humanas não se solucionam, apenas mudam de posição. Mas enfim, férias são férias.

Tiago da Silva
Enviado por Tiago da Silva em 27/07/2009
Código do texto: T1722849
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