COMO ESPERAR ALGO DIFERENTE SE NÃO MUDAMOS?
Certa vez alguém muito inspirado declarou: “O cúmulo da idiotice é fazer sempre a mesma coisa e esperar por resultados diferentes”. Pura verdade não é mesmo? Como querer que aconteça algo de novo na vida, se são feitas sempre as mesmas coisas e não há nenhum esforço e nem se corre o menor risco para mudar esse estado de coisas?
Faço então uma analogia do que disse acima, com o que acontece no trânsito das principais cidades do país, mais especificamente no trânsito de São Paulo, nossa maior cidade.
Periodicamente as emissoras de TV, principalmente aquelas de sinal aberto, mostram em seus telejornais algumas matérias praticamente iguais em seu conteúdo. Falam da quantidade de novos veículos que entram em circulação todos os dias – em São Paulo esse número é estimado em torno de 1000 por dia –; entrevistam os ditos especialistas em trânsito que já estão admitindo a insolubilidade do problema; mostram cenas de engarrafamentos gigantes e, por fim, escolhem alguns motoristas, em pleno congestionamento, para conversar sobre o assunto.
E é nesse ponto da conversa do repórter com os motoristas que me estendo um pouco mais. Eis algumas das respostas típicas dos entrevistados que parecem não se dar conta de que também são responsáveis pelo caos no trânsito:
— O trânsito em São Paulo não dá mais!
— Está impossível andar de carro em São Paulo!
— Já perdi vários contratos por causa desse trânsito infernal!
— Dependendo do local aonde vou preciso sair de casa com uma antecedência de duas a três horas e, às vezes, ainda chego atrasado!
— Fazer o quê? Tem que “guentar” né? Ando com revistas para ler enquanto estou parado. Assim a gente não sente tanto!
— Isso é São Paulo, meu amigo. Já nem ligo mais!
— Nunca vi tanto carro na minha vida. Não tem mais um lugar que se possa andar sossegado!
E por aí segue o rosário de lamentos e reclamações sobre o trânsito na cidade de São Paulo, mas que pode ser estendido a muitas outras cidades, como a minha Santos, por exemplo, cidade localizada no litoral do estado de São Paulo, distante aproximadamente 70 quilômetros da capital paulista. Se vierem a Santos, venham preparados com uma boa dose de paciência, pois o trânsito é caótico, a quantidade de semáforos é absurdamente mal dimensionada, além de totalmente sem sincronismo. Corre na cidade a piada de que a nossa CET (Companhia de Engarrafamento de Tráfego) está estudando a instalação de um semáforo dentro do túnel que liga um dos bairros com o centro da cidade. Eu não duvido.
Após esse “by-pass” retorno ao tema principal para perguntar simplesmente: Por que lamentar e reclamar tanto do trânsito se todos, sem exceção, fazem todo santo dia exatamente a mesma coisa? Pegam seus possantes e saem pelas ruas das cidades em direção a seus destinos, geralmente fazendo o mesmo percurso. O que é que se pode esperar de diferente perante uma situação dessas? Absolutamente nada, ou melhor, talvez uma ligeira piora considerando-se os novos 1000 veículos despejados diariamente em nossas já saturadas ruas e avenidas.
Conclusão: ou somos todos uns idiotas como disse acima o nosso pensador, ou pouco estamos nos preocupando com isso, achando que “quanto pior, melhor”.
Particular e resignadamente, fico com a primeira opção.
******
Certa vez alguém muito inspirado declarou: “O cúmulo da idiotice é fazer sempre a mesma coisa e esperar por resultados diferentes”. Pura verdade não é mesmo? Como querer que aconteça algo de novo na vida, se são feitas sempre as mesmas coisas e não há nenhum esforço e nem se corre o menor risco para mudar esse estado de coisas?
Faço então uma analogia do que disse acima, com o que acontece no trânsito das principais cidades do país, mais especificamente no trânsito de São Paulo, nossa maior cidade.
Periodicamente as emissoras de TV, principalmente aquelas de sinal aberto, mostram em seus telejornais algumas matérias praticamente iguais em seu conteúdo. Falam da quantidade de novos veículos que entram em circulação todos os dias – em São Paulo esse número é estimado em torno de 1000 por dia –; entrevistam os ditos especialistas em trânsito que já estão admitindo a insolubilidade do problema; mostram cenas de engarrafamentos gigantes e, por fim, escolhem alguns motoristas, em pleno congestionamento, para conversar sobre o assunto.
E é nesse ponto da conversa do repórter com os motoristas que me estendo um pouco mais. Eis algumas das respostas típicas dos entrevistados que parecem não se dar conta de que também são responsáveis pelo caos no trânsito:
— O trânsito em São Paulo não dá mais!
— Está impossível andar de carro em São Paulo!
— Já perdi vários contratos por causa desse trânsito infernal!
— Dependendo do local aonde vou preciso sair de casa com uma antecedência de duas a três horas e, às vezes, ainda chego atrasado!
— Fazer o quê? Tem que “guentar” né? Ando com revistas para ler enquanto estou parado. Assim a gente não sente tanto!
— Isso é São Paulo, meu amigo. Já nem ligo mais!
— Nunca vi tanto carro na minha vida. Não tem mais um lugar que se possa andar sossegado!
E por aí segue o rosário de lamentos e reclamações sobre o trânsito na cidade de São Paulo, mas que pode ser estendido a muitas outras cidades, como a minha Santos, por exemplo, cidade localizada no litoral do estado de São Paulo, distante aproximadamente 70 quilômetros da capital paulista. Se vierem a Santos, venham preparados com uma boa dose de paciência, pois o trânsito é caótico, a quantidade de semáforos é absurdamente mal dimensionada, além de totalmente sem sincronismo. Corre na cidade a piada de que a nossa CET (Companhia de Engarrafamento de Tráfego) está estudando a instalação de um semáforo dentro do túnel que liga um dos bairros com o centro da cidade. Eu não duvido.
Após esse “by-pass” retorno ao tema principal para perguntar simplesmente: Por que lamentar e reclamar tanto do trânsito se todos, sem exceção, fazem todo santo dia exatamente a mesma coisa? Pegam seus possantes e saem pelas ruas das cidades em direção a seus destinos, geralmente fazendo o mesmo percurso. O que é que se pode esperar de diferente perante uma situação dessas? Absolutamente nada, ou melhor, talvez uma ligeira piora considerando-se os novos 1000 veículos despejados diariamente em nossas já saturadas ruas e avenidas.
Conclusão: ou somos todos uns idiotas como disse acima o nosso pensador, ou pouco estamos nos preocupando com isso, achando que “quanto pior, melhor”.
Particular e resignadamente, fico com a primeira opção.
******